Numa nota, a Fectrans revelou que entregou um pré-aviso de greve para o dia 18, uma quinta-feira, pela "luta contra a privatização da empresa, que, conforme confirma o presidente da empresa, terá um impacto de um pagamento direto de 133 milhões de euros, por ano, ao privado, além da transferência para este de mais uns milhões de outras receitas".
"Esta luta tem também o objetivo de lutar contra a reestruturação interna que está a ser feita, que vai originar a extinção de postos de trabalho e que assenta no objetivo de criar uma estrutura para uma empresa única que não existe", esclareceu.
A estrutura sindical revelou ainda que também os trabalhadores da CP-Carga realizarão uma greve de 14 horas no dia 17 contra a privatização da empresa.
Na segunda e na terça-feira estarão em greve os trabalhadores da CoviBus — Transportes Colectivos da Covilhã, do grupo espanhol Avanza, "por melhores salários que a administração foge a negociar".
Representantes de trabalhadores de várias empresas públicas do setor dos transportes agendaram, na segunda-feira, uma semana de luta, de 15 a 19, contra a privatização e a subconcessão de empresas.
A decisão foi tomada durante um encontro que reuniu, em Lisboa, representantes de sindicatos e de comissões de trabalhadores do Metropolitano de Lisboa, da rodoviária lisboeta Carris, da Soflusa e da Transtejo (responsáveis pelas ligações fluviais na região de Lisboa), do setor ferroviário, da companhia aérea TAP e da Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP).
De acordo com José Manuel Oliveira, coordenador da Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans), no encontro decidiu-se a convergência e a concertação de iniciativas nas empresas do setor para a semana de 15 a 19.
"É importante fazer uma semana de trabalho de intervenção sindical com plenários, com paralisações e eventualmente também com greves, com ações que irão agora ser construídas empresa a empresa numa perspetiva de continuarmos a ter na ordem do dia este debate e a posição dos trabalhadores e organizações sindicais e comissões de trabalhadores de oposição a este modelo", disse José Manuel Oliveira.
Apesar de as ações de protesto serem definidas empresa a empresa, o sindicalista salientou que está prevista a realização de uma ação "convergente" que envolva todas as empresas do setor.
O Governo aprovou a 26 de fevereiro a subconcessão do Metro de Lisboa e da Carris, deixando de fora a Soflusa.
Em março, foi publicado em Diário da República o anúncio do concurso público internacional e as empresas escolhidas para gerirem o Metro e a Carris nos próximos oito anos deverão ser conhecidas em breve.
Nas intenções do Governo estão também as privatizações da TAP, da CP Carga (setor ferroviário) e da EMEF — Empresa de Manutenção de Equipamento Ferroviário.
O concurso público para a subconcessão da STCP, que gere um serviço rodoviário no Porto, foi lançado em agosto de 2014, tendo sido ganho pelo consórcio espanhol TMB – Transports Metropolitans de Barcelona/Moventis, o único que se apresentou a concurso. Deverá começar a operar a partir do final de junho o Metro do Porto.
Lusa/SOL