‘Escolíadas’ com fim à vista

As ‘Escolíadas’ – um evento cultural único do género no país e que há 26 anos mobiliza milhares de professores e alunos de escolas secundárias e profissionais dos distritos de Aveiro, Coimbra e Viseu – corre o risco de acabar por falta de dinheiro. Em causa está um prejuízo acumulado nos últimos dois anos de…

“O Ministério da Educação deixou de dar os apoios monetários que utilizávamos para pagar as refeições dos jovens nos dias do espectáculo. Além disso, há dois anos as Delegações Regionais de Cultura e de Educação também deixaram de contribuir, como tinham feito até essa altura” -explica Claúdio Pires, presidente da Associação Escolíadas. No total, o corte nos apoios ascendeu a 10 mil euros, o que é, na opinião deste responsável “uma quantia irrisória”: “Falamos de pouco mais de um euro por aluno por seis meses de trabalho de preparação para os espectáculos”.

Neste momento, o dinheiro com que contam advém de privados e da venda de t-shirts e pins, bem como da venda dos bilhetes de entrada no evento que custam três euros cada. “Montar as ‘Escolíadas’ custa, anualmente, 76.000 euros.

Conseguimos reunir 70.000. Mas continuar numa situação de prejuízo seria irresponsável da nossa parte”. As autarquias continuam a apoiar o projecto através da cedência de salas e dos meios humanos necessários à montagem dos espectáculos. 

De acordo com a organização e os participantes – em 2015 entraram no concurso quase 3.000 alunos de 28 escolas – as ‘Escolíadas’ são a única competição do género no país e uma via única para que os alunos se possam exprimir e evoluir através das artes performativas, que não fazem parte do programa obrigatório do ensino secundário. Só este ano, o ‘Escolíadas’ realizou um total de 16 espectáculos, entre as fases eliminatórias e a final, naqueles três distritos do país; contando com performances nas áreas da dança, teatro, música e artes plásticas. No total, a organização estima que já tenham participado no evento, ao longo dos anos, cerca de 33.000 alunos e professores.

A Direcção Regional de Cultura do Centro já reagiu, mostrando abertura para avaliar a situação do projecto, tendo em vista o valor da iniciativa.