Revelaram-se sobretudo supérfluas as cadeiras do "concerto sentado", previsto para a tenda Pitchfork, enquanto o público de várias gerações e nacionalidades acompanhava a compositora natural de Chicago ao longo de temas como "People Have the Power" ou "Because the Night".
Patti Smith vai ainda apresentar um concerto baseado no álbum de estreia "Horses", de 1975, ao cair da noite do segundo dia do festival, cuja organização prevê ter já ultrapassado, em afluência de público, o primeiro dia da edição de 2014.
"Estamos com uma óptima comparação, porque tivemos melhores vendas e pré-vendas que no ano passado", disse à Lusa Hugo Figueiredo, director de comunicação do evento, confiante de que o Primavera Sound de 2015 deverá "bater os números do ano passado, no primeiro dia".
Enquanto a neblina e o frio chegavam com a noite, também os concertos de Mac de Marco e FKA Twigs ofereceram mais uma desculpa para a concentração do público junto aos palcos, muito do qual veio disposto a deixar-se surpreender por artistas de que ainda não ouviu falar.
"Nós, geralmente, compramos os bilhetes sem saber de programação nenhuma", disse à Lusa António Torres, 39 anos, enquanto oscilava num baloiço, com o filho de cinco anos.
Para o natural de Évora a residir em Coimbra, "há sempre um selo de qualidade, tanto no Porto como em Barcelona", pelo que até tenta ir anualmente às duas versões do Primavera Sound, também pela "descoberta de bandas novas".
"Isso é que torna isto aliciante: descobrir e conhecer coisas novas. Isso é que é importante", frisou.
Tanto Daisy Rylance como James Perchard, casal natural da ilha de Jersey, dependência britânica, admitiram à Lusa que preferiram o festival no Porto a qualquer um no seu país de origem, porque "o tempo é muito melhor".
"É bem melhor que [o festival de] Glastonbury, em que chove todos os anos", disseram quase em simultâneo, referindo ainda que "há muito mais espaço" no Primavera Sound no Porto, em oposição à habitual concentração de pessoas que encontram noutros festivais.
Natural do Porto, Rosa Alves só falhou uma edição do Primavera Sound e à Lusa confessou que prefere o evento "porque é muito tranquilo e à porta de casa, com bandas conhecidas e desconhecidas e outras que são boas surpresas".
Ansiosa por ver José Gonzalez e Ariel Pink, dia 05 de junho, e Einstürzende Neubaten e Damien Rice, dia 06, a tradutora de 35 anos considerou ainda que parte do interesse do certame reside em "deixar fluir um bocadinho as coisas" e espreitar artistas que desconhece, após "arrumar" as bandas que tem "mesmo de ver".
Num festival que prima pela internacionalidade dos seus públicos, torna-se comum ver grupos de amigos como o de Fiona Wong, Ken Shu e Leon Yan, respetivamente londrinos e norte-americano a viver em Xangai, que à Lusa disseram preferir "a diversidade das bandas e o cenário envolvente", em relação à oferta festivaleira que encontram nos próprios países.
"É mais barato vir a um festival português que a um na periferia de Londres", garantiu Fiona Wong, estudante de 35 anos, curiosa por ver Belle & Sebastian e Ride.
A organização do Primavera Sound prevê a realização do certame em 2016, "mantendo a programação dirigida a um público ecléctico", mas só após "o habitual balanço anual de o que foi o festival", entendendo que "não há razões para que não se realize" e deixando apenas a certeza que, "a realizar-se, será na cidade Porto".
A partir das 17:00 de hoje, caso se cumpra o programa, actuam ainda a Banda do Mar, Giant Sand, Jungle, Yasmine Hamdan, Viet Cong, Younghusband, Electric Wizard, Spiritualized, Run the Jewels, Twerps, Pallbearer, Movement e Marc Pinõl.
Lusa/SOL