Obama e Merkel mostram-se aliados na reunião do G7

O Presidente norte-americano, Barack Obama, e a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, apresentaram-se hoje como amigos e aliados, apesar das “diferenças de opinião” que, segundo a líder alemã, pode haver entre os dois países.

"Apesar das nossas diferenças de opinião, os Estados Unidos são nossos amigos, nossos aliados, um aliado essencial com que cooperemos estreitamente em interesse mútuo", sublinhou Angela Merkel, num breve discurso ao receber Obama na pequena localidade alpina de Krun, na Baviera, antes do início da cimeira do G-7.

Obama, por seu lado, destacou "uma das alianças mais firmes que existem no mundo", em referência à amizade entre os dois países, mas evitou falar das últimas divergências entre as duas potências, depois da revelação dos programas de espionagem norte-americana em solo alemão.

A Alemanha comemora este ano o 25.º aniversário da reunificação do país e Merkel quis agradecer a contribuição dos Estados Unidos, um país com o qual apostou cooperar "estreitamente" diante da existência de valores comuns.

Diante dos habitantes de Krün, reunidos para receber a ambos os líderes com trajes tradicionais bávaros, Obama mostrou-se agradecido pela "amizade e liderança" da Alemanha na NATO, na União Europeia e no contexto internacional.

O Presidente norte-americano recordou os eixos principais da reunião do G7, em concreto a sua determinação em "fazer frente à agressão da Rússia na Ucrânia".

O executivo norte-americano insiste na necessidade de manter as sanções impostas a Moscovo, acusado de apoiar os rebeldes no leste da Ucrânia.

O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, também declarou hoje que os países do G7 têm de estar "unidos" para "reconfirmar" as sanções contra a Rússia devido ao seu envolvimento no conflito na Ucrânia.

"Isto não é radicalismo. Creio que a Rússia é um parceiro, não é um inimigo e nem um problema europeu", afirmou Tusk, durante uma conferência de imprensa antes da conferência do G7 (Alemanha, Estados Unidos, Reino Unido, Japão, Itália, França e Canadá).

Em matéria económica, Obama recordou que nesta reunião se abordarão as bases de uma economia global, que crie postos de trabalho e também um futuro de prosperidade e bem-estar na União Europeia, sem esquecer outros temas, como a cooperação internacional contra os extremismos religiosos e a luta contra as mudanças climáticas.

Obama reconheceu que são desafios difíceis, mas, no 70.º aniversário do final da II Guerra Mundial e 25 anos depois da reunificação alemã, mostrou a Alemanha como exemplo de que é possível realizar grandes avanços.

Em tom de brincadeira, recordou que esta é a sua quarta visita a Alemanha e lamentou ter esquecido as suas calças de couro, parte essencial do traje bávaro.

O Presidente norte-americano disse que ao saber que a cimeira do G7 seria na Baviera, pensou que aconteceria durante a Oktoberfest, uma famosa festa da cerveja de Munique, pois "nunca é um mau momento para uma cerveja e uma salsicha", disse, brincando com os presentes.

Rindo, Obama pediu à chanceler para realizar as reuniões previstas no exterior e "beber uma cerveja" sob o sol glorioso que fazia esta manhã na Baviera.

"Mas acho que vamos ter de negociar com o pessoal da segurança", disse o Presidente norte-americano, entre os aplausos dos bávaros.

Lusa/SOL