Trabalhadores do INEM dizem que estão 11 ambulâncias paradas

A comissão de trabalhadores denunciou hoje que 11 das 17 ambulâncias existentes em Lisboa do serviço do INEM estão paradas devido à recusa dos técnicos em fazer turnos extra, mas o organismo revela que só uma está inoperacional.

Em declarações à agência Lusa, Rui Gonçalves, representante da Comissão de Trabalhadores, adiantou: "pelas 9:00 já se encontram 11 ambulâncias inoperacionais, além de uma das duas motas do serviço de emergência médica e de constrangimentos no CODO (Centros de Orientação de Doentes Urgentes)".

No entanto, Ivone Ferreira, do INEM, garantiu à Lusa que "estão operacionais 16 viaturas" enquanto a 17.ª só estará operacional pelas 10:00, uma vez que a tripulante está com horário reduzido para amamentação.

Ivone Ferreira adiantou ainda que o serviço de emergência está a ser assegurado na capital lisboeta, acrescentando a existência de outras 75 ambulâncias, dos bombeiros da Grande Lisboa, disponíveis para ajudar nos serviços de urgência.

"A segurança dos doentes está garantida na cidade de Lisboa. Temos 75 ambulâncias [dos bombeiros ao serviço] como nunca tivemos graças à solidariedade do Sistema Integrado de Emergência Médica", assegurou Ivone Ferreira.

Ricardo Rocha, do Sindicato dos Técnicos de Ambulâncias de Emergência, explicou estar em causa o serviço de socorro, já desde há algum tempo, com os técnicos de emergência a terem de fazer 23 a 24 dias consecutivos de trabalho.

O sindicalista adiantou que as horas extraordinárias já ultrapassaram as 150 anuais, sublinhando: "e ainda estamos no mês de junho".

Domingo, os técnicos de emergência médica iniciaram uma vigília por volta das 00h00 que juntou cerca de cem pessoas à porta da sede do Instituto Nacional de Estatística, em Lisboa, numa forma de protesto silenciosa.

Numa nota após estas declarações, o INEM garantiu em comunicado que a emergência médica está assegurada hoje em Lisboa e que participará ao Ministério Público contra quem contribuir para colocar em risco o socorro urgente a pessoas.

Segundo o instituto, "existem mesmo SMS [mensagens via telemóvel] que incentivam ao absentismo e ao abandono do serviço, depois de iniciado, através de mecanismos diversos e abundantemente sugeridos".

Recorda que tais "comportamentos não podem ser tolerados na Administração Pública" por revelarem "falta de profissionalismo" que poderá colocar em risco o atendimento emergente.

Nesses casos, o INEM participará ao Ministério Público todos os que contribuam para "colocar em risco o socorro urgente a pessoas".

Lusa/SOL