Paris de França sem ironia, pois existe também Paris Texas, uma pequena cidade americana bem conhecida por ter dado o nome, em 1984, a um filme de Wim Wenders onde entra, por exemplo, Nastassja Kinski. A ficção cinematográfica decorre numa suposta zona desértica desta pequena cidade de Paris que, na verdade, não tem nem está próxima do deserto.
Refiro este doce e magistral ‘engano’ do cinema não apenas pelo nome Paris, mas para deixar bem claro que o Portugal que mostrou aos investidores franceses não tem nada de irreal nem se apresenta sob o efeito de bons desenhos de luz ou de boa fotografia. É, bem pelo contrário, uma real oferta para quem está interessado em investimentos seguros no imobiliário.
Foi na Paris Expo, à Porte de Versailles, a olhar a comunidade lusófona radicada em França (mais de 2,5 milhões de pessoas, entre os quais 45 mil empresários) sem esquecer uns milhões de franceses da população sénior e das profissões liberais, que manifestam crescente interesse em investir em mercados imobiliários exteriores ao da França.
Recorde-se que em 2014 o mercado francês contribuiu com 16% do investimento estrangeiro no imobiliário português, ou seja quase tanto como o aplicado por chineses, que ocuparam a segunda posição neste ranking ainda liderado pela procura do tradicional mercado britânico, com 23% do total.
A promoção do mercado imobiliário português em França, uma das frentes mais importantes da nossa internacionalização, tem beneficiado muito do acordo de parceria existente entre a Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP) e o Sindicato Nacional dos Profissionais do Imobiliário (SNPI), a maior associação empresarial francesa do sector.
Neste contexto, a aposta do sector imobiliário português em iniciativas como a do Salão Imobiliário de Portugal, em Paris, tem sido ganha e tem contribuído para que o futuro do nosso sector seja menos incerto. Graças, é justo reconhecê-lo, ao facto de estar nas nossas mãos esta promoção muito virada para os mercados onde há investidores que procuram projectos seguros de longo prazo para substituir opções relevadas arriscadas.
Estamos a mostrar um novo Portugal, muito diferente daquele que transmitia uma imagem triste do nosso país, e estamos a descobrir que há realmente investidores interessados em Portugal quando, por exemplo, descobrem as múltiplas vantagens que lhes podemos oferecer, nomeadamente pela via do Regime Fiscal para Residentes não Habituais.
*Presidente da APEMIP, assina esta coluna semanalmente