Telecomunicações: Clientes gastam cada vez mais

Em média, as famílias despendem 52 euros por mês com pacotes de televisão e internet. Um terço dos consumidores estão indecisos quanto a mudar.

A factura das famílias com pacotes de telecomunicações está a aumentar. Segundo o Barómetro de Telecomunicações da Marktest incluído no último relatório da Anacom, relativo aos três primeiros meses de 2015, o gasto médio mensal com ofertas em pacote foi de 52,15 euros incluindo IVA – uma subida de 7% face ao mesmo período do ano anterior.

Os operadores de telecomunicações aumentaram os preços no início do ano, mas como essa subida oscilou entre 2,5%e 3%, a tendência verificada no barómetro indica que os portugueses estão sobretudo mais disponíveis para fazer um upgrade nos pacotes que têm em casa – comprando mais canais pagos ou contratando novos serviços, por exemplo.

No primeiro trimestre, a modalidade de pacotes de serviços mais utilizada foi o triple play, que reuniu a preferência de 44,4% dos consumidores. Segue-se o quintuple play, com 35,7%, que tem sido a modalidade que mais tem crescido nos últimos trimestres.

Segundo o relatório da Anacom, parte do crescimento da modalidade quintuple play resulta do lançamento recente dos pacotes conhecidos como ‘4P’ – por cerca de 50 euros, os consumidores têm acesso a telefone fixo, banda larga fixa, TV por subscrição, telemóvel e a designada ‘internet no telemóvel’, com a possibilidade de incluir até quatro utilizadores de serviços móveis no pacote. Existem ainda os pacotes ‘5P’, que integram adicionalmente a banda larga móvel.

Meo e Nos perdem quota

Segundo o mesmo relatório da Anacom, em Portugal os clientes estão ainda concentrados nas duas principais operadoras – a Meo e a Nos. Contudo, as duas empresas estão a perder alguma quota de mercado para a Vodafone, que assumiu uma política de preços mais agressiva para ganhar clientes.

Em número de subscritores, a Meo é o prestador com maior quota de mercado, seguindo-se a Nos. Em conjunto, estas duas empresas têm 82% dos clientes, quando há um ano tinham 84%. A Vodafone aparece em terceiro lugar com quase 11%, quando há um ano tinha apenas 7,6%.

Apesar desta evolução do mercado, os dados da Anacom e da Marktest indicam que a predisposição dos consumidores para mudar de operador é baixa, embora haja um elevado grau de indecisão.

No 1.º trimestre, só 6,2% dos clientes de serviços em pacote manifestaram a intenção de mudar de prestador nos próximos três meses. Outros 64,5% referiram não ter qualquer intenção de o fazer. Cerca de 29% indicaram estar indecisos.

joao.madeira@sol.pt