Numa resolução aprovada por votação de braço no ar, os eurodeputados sustentam ainda que a atribuição da realização dos campeonatos mundiais de 2018 e 2022 deve ser invalidada se surgirem provas de que essa atribuição resultou de actividades corruptas.
"A FIFA funcionou durante vários anos como uma organização inimputável, opaca e manifestamente corrupta", diz o PE, apelando a reformas radicais da estrutura e das práticas da FIFA e a uma política de "tolerância zero" relativamente à corrupção no desporto.
O futebol, o desporto mais popular no mundo, "não pode ver a sua reputação manchada por esta cultura da corrupção, sendo necessário protegê-lo contra a situação actual vivida na FIFA e não deixar que esta o estigmatize", sustentam os deputados europeus.
A resolução foi preparada em conjunto pelos sete grupos políticos parlamentares e apela à FIFA que escolha "de uma forma transparente e inclusiva, um líder interino apropriado para substituir imediatamente Joseph Blatter".
O escândalo na FIFA rebentou quando, a 27 de Maio, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos indiciou nove dirigentes ou ex-dirigentes e cinco parceiros da FIFA, acusando-os de associação criminosa e corrupção nos últimos 24 anos, num caso em que estarão em causa subornos no valor de 151 milhões de dólares (quase 140 milhões de euros).
A acusação surgiu depois de o Ministério da Justiça e a polícia da Suíça terem detido sete membros da FIFA, num hotel de Zurique.
Dois dias depois, apesar do escândalo, Joseph Blatter, de 79 anos, foi reeleito para um quinto mandato à frente do organismo, mas acabou por se demitir.
As próximas eleições para a FIFA deverão ocorrer entre Dezembro de 2015 e Março de 2016.
Lusa/SOL