Em declarações à Lusa, João Paulo Saraiva ressalvou, contudo, que "o preço [exato] só vai ser divulgado quando for aprovado" em reunião camarária.
Além disso, "até ao dia da hasta pública [no quarto trimestre deste ano] há um conjunto de fatores que contribuem para fixar o preço, desde um conjunto de cálculos sobre investimentos feitos a nível nacional ou internacional" a "condicionantes" que serão introduzidos nos projetos a apresentar, apontou o autarca.
Os condicionantes dizem respeito a limites ao espaço impermeabilizados e a áreas obrigatórias de espaços verdes, indicou João Paulo Saraiva, que assumiu a pasta dos Recursos Humanos e Financeiros após a saída do ex-presidente da autarquia, António Costa, há cerca de dois meses.
Fernando Medina, atual presidente, tinha até àquela altura a pasta das Finanças e dos Recursos.
O terreno da antiga Feira Popular, com uma área de construção de 143 mil metros quadrados que abrange as avenidas das Forças Armadas, da República e 5 de Outubro, foi colocado em pré-anúncio de venda na internet em março, no 'site' cidadedeoportunidades.cm-lisboa.pt.
De acordo com a publicação, feita em inglês, "esta é a mais recente grande oportunidade de efetuar um negócio imobiliário no centro de Lisboa".
Na informação divulgada, são apresentados como possíveis usos a habitação, o comércio, os serviços e a hotelaria.
João Paulo Saraiva sustentou que o ideal seria existir ali "um espaço multifuncional, em que se conjugam os diferentes usos", transformando esta numa "zona de trabalho, de lazer e habitacional", à semelhança do que acontece nas avenidas 5 de Outubro e da República.
O autarca do movimento Cidadãos Por Lisboa (eleito nas listas socialistas) referiu que o terreno "continua a ser divulgado internacionalmente", nomeadamente através de um 'spot' publicitário e de reuniões com potenciais investidores.
Até ao momento, o número de interessados já é superior a uma dezena, segundo João Paulo Saraiva. "Há de tudo, internacionais e nacionais. Há grandes marcas, há investidores e há grandes multinacionais", enumerou.
O responsável disse ainda esperar "que o mercado se mobilize ferozmente para licitar nessa hasta pública e ultrapassar largamente" o que tinham previsto como encaixe.
João Paulo Saraiva adiantou que a estratégia de alienação de património, que "a câmara não tem condições ou pretende que sejam outros a reabilitar", é para continuar.
A Câmara de Lisboa espera arrecadar, este ano, perto 50 milhões de euros com alienação de património. Deste valor exclui-se o dos antigos terrenos da feira popular, já que terão reflexos no orçamento do próximo ano.
Em março de 2014, a Assembleia Municipal de Lisboa autorizou a Câmara a pagar cerca de 101 milhões de euros à empresa Bragaparques para a aquisição dos terrenos da antiga Feira Popular e do Parque Mayer.
Na origem deste processo está a permuta, há uma década, de parte dos terrenos da antiga Feira Popular (então propriedade municipal) pelos do Parque Mayer (que pertenciam à Bragaparques).
A Feira Popular abriu para a sua última temporada a 28 de março de 2003.
Lusa/SOL