"Em resumo, estamos a lutar para não perder o que temos", disse à Lusa o presidente da FENPOL, a propósito da discussão que os diversos sindicatos de polícia têm mantido com a ministra da Administração Interna sobre um novo estatuto para a classe.
Até agora os sindicatos têm oscilado entre satisfação e revolta e, na segunda-feira, dois sindicatos assinaram um memorando com Anabela Rodrigues, nomeadamente sobre a manutenção de 36 horas de trabalho e uma nova tabela remuneratória.
Pedro Magrinho, presidente da FENPOL, disse à Lusa que a estrutura não assinou qualquer memorando (nada foi apresentado para assinar) e que globalmente discordou das propostas apresentadas pela ministra.
"Nas negociações temos melhorado o estatuto mas ainda assim este é globalmente pior do que o que temos", disse à Lusa, acrescentando que houve melhorias, como na pré-aposentação, na salvaguarda de promoção dos oficiais de carreira, ou na mudança de critérios para concursos de promoção (a antiguidade representa 75 por cento).
"Já quanto a matérias estruturantes ficámos muito aquém, até mesmo nas que não implicam esforço orçamental", disse Pedro Magrinho, acrescentando que Anabela Rodrigues se recusa a reconhecer a polícia como uma profissão de desgaste rápido, que "retirou três dias de férias" e que não deu garantias sobre vencimentos para início de carreira, pedidos pelos sindicatos.
A isso soma-se, disse, a não salvaguarda de compensação pela penosidade da profissão, a não garantia de candidatos a médio prazo para o posto de chefe coordenador, o excesso de normas remissivas, ou tabelas e índices salariais que não resolvem problemas criados há cinco anos.
Questionado pela Lusa sobre qual vai ser o próximo passo da FENPOL, Pedro Magrinho disse que, na próxima semana, deverá haver uma reunião geral de sindicatos, da qual vai sair uma "posição consentânea".
Lusa/SOL