Gorbatchov dá início ao fim da URSS
A 11 de Março de 1985, Mikhail Gorbatchov é eleito secretário-geral do PCUS e ascende, assim, à liderança da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS). Gorbatchov é um representante da ala renovadora do partido, sucedendo às breves e transitórias lideranças de Andropov e Tchernenko e ao longo e ortodoxo consulado de Brejnev (de 1964 e 1982). Lança, de imediato, o movimento da perestroika (reestruturação) na economia e da glasnost (transparência) na política do Estado. É o início do fim do regime soviético e do Bloco de Leste, que se consuma simbolicamente com a queda do Muro de Berlim em 1989. Gorbatchov é recebido como um herói no mundo ocidental, da Europa aos EUA, e resiste na liderança até Agosto de 1991, quando se dá o fracassado golpe de Moscovo da velha linha comunista do PCUS.
Curiosamente, Gorbatchov estivera em Portugal em Dezembro de 1983 a chefiar a delegação do PCUS ao X Congresso do PCP, no Porto. Já então fora recebido com alguma frieza por um desconfiado e distante Álvaro Cunhal, que via nele uma ameaça aos ideais comunistas.
J.A.L.
Ditadura militar brasileira derrotada no Congresso
O país das telenovelas assistia na TV a um pacto com o diabo de Débora Duarte, a actriz protagonista de Corpo a Corpo. Em Brasília, outro pacto é firmado entre Tancredo Neves – um político da oposição moderada – e outros sectores doCongresso que desejam pôr termo a 20 anos de ditadura militar no Brasil.
O movimento iniciara-se em 1983 com a campanha Directas Já, cujas manifestações reuniram centenas de milhares em defesa de eleições livres. Mas a emenda constitucional que abria esse caminho foi reprovada em 1984. Foi então que o ex-governador de Minas Gerais decidiu candidatar-se à sucessão do general João Figueiredo nas eleições indirectas de 15 de Janeiro de 1985, vencendo por larga maioria Paulo Maluf, o candidato da continuidade.
Tancredo não chegou a tomar posse – faleceu entretanto –, tendo o vice José Sarney liderado o país até às primeiras presidenciais em democracia, em 1989.
C.A.
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1985 na política. Na economia. Na sociedade. Na cultura. No desporto. No mundo.