“Seremos responsáveis pela crise na Síria?”, questionou Vucic quando confrontado com o plano anunciado na véspera pelo ministro húngaro dos Negócios Estrangeiros, Peter Szijjarto.
“Falamos de uma fronteira que se estende por 175 quilómetros, que é possível encerrar fisicamente com um muro de quatro metros de altura”, anunciou Szijjarto, lembrando que “a imigração é um dos problemas mais sérios que a União Europeia enfrenta”.
O Governo húngaro justifica o plano com o facto de enfrentar um crescimento exponencial na chegada de migrantes ao país, tendo já registado 54 mil entradas nos primeiros meses de 2015, número já superior aos 43 mil recebidos em todo o ano de 2014.
Embora o plano não implique o fecho de fronteiras no espaço Schengen, não deixa de ser mais uma iniciativa polémica do Governo húngaro de Viktor Orbán, cuja liderança tem suscitado várias críticas de outros Estados-membros da União Europeia. No anúncio, Szijjarto disse que o país “não pode esperar mais” e agirá por conta própria porque a UE “é muito lenta a agir”, ficando-se pela “perda de tempo em reuniões intermináveis”.
O comissário dos Direitos Humanos do Conselho da Europa já veio lamentar a ideia de erguer um novo muro na Europa, dizendo que esta foi “mal pensada”.
Mas o muro faz parte de uma política anti imigração mais vasta: a BBC lembra que recentemente o próprio partido de Orbán colocou cartazes nas ruas com a frase – “Se vem para a Hungria não fique com os empregos dos húngaros”. Uma campanha que levou a ONU a responder com outros cartazes onde se elogiam os feitos alcançados na Hungria por imigrantes que conseguiram inserir-se com sucesso na sociedade magiar.