Jovem proibida de amamentar por ter feito uma tatuagem ganha recurso em tribunal

Uma jovem mãe que tinha sido proibida pela justiça australiana de amamentar, por ter uma tatuagem e por isso poder colocar em risco a saúde do bebé, ganhou hoje um recurso em tribunal.

Um tribunal de assuntos de família de Sydney, na Austrália, reverteu a decisão do juiz de primeira instância, considerando não existirem provas de que a tatuagem ponha em risco a saúde da criança, um menino de 11 meses.

Em Maio, a mãe, de 20 anos, tatuou um dedo e um pé sem dizer ao tatuador que estava a amamentar, noticia a agência AFP.

O pai da criança, de quem ela está separada, apresentou os motivos para conseguir a guarda da criança, explicando que a ex-mulher sofria de problemas psiquiátricos e recorria ao uso de drogas.

Na altura, a jovem recorreu à justiça, que decidiu, em 5 de Junho, entregar-lhe a guarda da criança, com a condição de ela se abster de amamentar. 

O juiz considerou que ela podia ter contraído um vírus transmitido através do sangue no momento em que se tatuou.

Os testes de VIH e de hepatite realizados deram resultados negativos.

O tribunal argumentou que a jovem tinha feito um tratamento para a depressão pós-parto e que consumiu canábis numa recuperação nos últimos dois anos.

Na decisão, o tribunal de família estimou que os juízes não devem deixar os seus "sentimentos pessoais" sobreporem-se aos factos incontestáveis ou às "provas periciais" e repreendeu o juiz Mathew Meyers por não ter tido em consideração o "estrago emocional" e psicológico da criança privada do aleitamento. 

Lusa/SOL