Grécia. Tensão aliviada até à próxima cimeira

Pelas palavras escolhidas pelos intervenientes, a Grécia parece mais perto de evitar a bancarrota no final do mês. Mas na prática, um Eurogrupo e uma cimeira de líderes da zona euro depois, o acordo com os credores ainda está a ser negociado e as “próximas 48 horas serão cruciais”.

"Temos uma quantidade enorme de trabalho para os próximos dias", confirmou Christine Lagarde, que como líder do FMI esteve presente no encontro de ministros das finanças, de manhã, e na cimeira de líderes que terminou já a noite caíra há muito em Bruxelas.

Encontros que abriram uma nova perspectiva quanto à manutenção da Grécia na zona euro, como confirmou o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, no final da cimeira de líderes.

"As propostas de hoje foram um passo positivo", disse o polaco depois de explicar que convocara a reunião para "criar um novo dinamismo numas negociações paralisadas há demasiado tempo". Tusk sublinha que os líderes europeus receberam a garantia de Alexis Tsipras quanto ao empenho do governo helénico na busca por um acordo.

"Temos de finalizar o acordo esta semana, pela simples razão de que precisamos de um acordo", disse por sua vez o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker. O antigo primeiro-ministro luxemburguês disse ainda que não foi debatido um cenário de controlo de capitais como não o foi um possível corte de parte da dívida grega.

O pacote de propostas gregas com que o Governo de Tsipras abordou as reuniões de hoje será agora debatido a nível técnico por representantes de Atenas e das três instituições credoras – o FMI, a Comissão Europeia e o Banco Central Europeu.

O anúncio de um agora mais provável acordo só poderá surgir depois de novo encontro de ministros das Finanças, que na quarta-feira antecede o Conselho Europeu que se inicia em Bruxelas no dia seguinte. 

nuno.e.lima@sol.pt

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