As principais plantações de cereais da Coreia do Norte estão a ser prejudicadas pela falta de chuva, notícias alarmantes para quem vive sobretudo do sector agrícola.
O último El Niño – um fenómeno que periodicamente leva à alteração da temperatura do Oceano Índico, provocando mudanças no clima – é apontado pelos peritos da FAO, a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura, como uma das causas da seca que, além do arroz, está também a afectar a produção de batata, trigo e cevada.
Liliana Balbi, da FAO, diz não ter “informações suficientes para saber se as pessoas estão a passar fome”. Mas está convencida que “a situação é grave. Estão no limite.”
Em 1990, a Coreia do Norte sofreu um surto de fome que vitimou milhões de pessoas e desde então depende muito da ajuda alimentar externa. Mas também esta tem diminuído.
Fundamentalmente, por causa das sanções da ONU à insistência de Pyongyang em desenvolver armas nucleares, mas também porque o país coloca restrições ao trabalho de agentes humanitários e revela falhas na distribuição dos alimentos da ajuda alimentar.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros da China reagiu à notícia na quinta-feira, afirmando estar disposto a auxiliar o isolado país. “Estamos solidários com a República Popular Democrática da Coreia, que está a sofrer uma seca extremamente grave. E temos esperança de que o governo e o povo superem o desastre o mais rápido possível”, afirmou Lu Kang, o porta-voz da pasta.
De acordo com um relatório da FAO, lançado em Maio e citado pelo The Guardian, o número de pessoas com fome mais que duplicou entre 1990 e 2014: subiu de 4,8 milhões para 10,5 milhões de pessoas.