Em comunicado, o advogado Jean-Louis Dupont denuncia que esse funcionário, que não identifica, frequentou um mestrado em gestão de futebol europeu patrocinado pela UEFA, tendo abordado na sua tese a "compatibilidade de uma possível proibição de detenção de um passe de um jogador por uma terceira parte (Third Party Ownership, ou TPO) com a lei da União Europeia".
Dupont cita a tese do funcionário da CE, na qual escreveu que "o destino da tese deveria ser de assistência (…) a oficiais da União Europeia que fossem eventualmente confrontados com queixas ou questões caso a proibição proposta fosse posta em prática".
Este alegado conflito de interesses foi hoje noticiado pelo jornal económico belga L'Echo, que recorda que o deputado no Parlamento Europeu Pascal Arimont questionou a Comissão Europeia sobre este assunto.
"Os nossos clientes estão perplexos com esta informação: parece que os órgãos internacionais do futebol conseguiram corromper um dos 'santuários' da Comissão Europeia: a Direção Geral da Concorrência", lê-se no comunicado assinado por Dupont.
No mesmo documento, o causídico dá conta de que os seus clientes vão "escrever imediatamente" à comissária europeia da concorrência para que Margrethe Vestager "tome uma atitude rápida e eficaz para corrigir esta situação escandalosa".
Em fevereiro, as ligas ibéricas e o fundo de investimento Doyen Sports apresentaram uma queixa na Comissão Europeia contra a decisão da FIFA de proibir a repartição da propriedade de futebolistas com terceiros, nomeadamente fundos de investimento.
Lusa/SOL