"Há um bom ganhador, o ideal era é que houvesse também bons perdedores", disse Pires de Lima à agência Lusa, quando questionado sobre a contenda entre Miguel Pais do Amaral e Humberto Pedrosa, que venceu em consórcio com David Neeleman a compra da TAP, no âmbito do processo de privatização, e à queixa que o candidato preterido pelo Governo, Gérman Efromovich, pretende apresentar junto da Comissão Europeia.
O jornal Público e o Jornal de Negócios noticiam hoje que Pais do Amaral pondera processar o novo dono da TAP Humberto Pedrosa.
O Público diz que "o empresário queixa-se da conduta desleal do ex-parceiro de consórcio, que diz tê-lo impedido de avançar com oferta firme pela TAP" e o Jornal de Negócios refere que o "empresário vai avançar judicialmente contra Humberto Pedrosa, reclamando uma indemnização por prejuízos sofridos".
O Jornal de Negócios acrescentava ainda que "Pais do Amaral acusa o líder da Barraqueiro de alegadamente violar o contrato que tinha assinado com a Quifel [consórcio de Pais do Amaral] para concorrer à TAP".
Na semana passada, o Público noticiou de que Efromovich "recorre a Bruxelas para contestar privatização da TAP", revelando que o "empresário já tem advogados a trabalhar na queixa" e pediu "à Parpública todos os documentos sobre o processo".
"Na base da contestação está o consórcio formado por Pedrosa e por Neeleman, já que existem dúvidas sobre se cumpre as regras da União Europeia, que proíbem investidores não-europeus de controlar companhias de aviação do espaço comunitário", lia-se na notícia.
Hoje, Pires de Lima disse: "Não me meto em contendas entre empresários privados, não tenho de me meter, não tenho comentário a fazer relativamente à contenda do dr. Miguel Pais do Amaral relativamente ao sr. Humberto Pedrosa, a única coisa que posso dizer é que estou muito contente pelo facto de o sr. Humberto Pedrosa se ter disponibilizado para fazer parte do consórcio que apresentou a melhor proposta".
Quanto às questões levantadas por Efromovich, o governante frisa que o Governo está "completamente tranquilo e contente com o resultado final da privatização", afirmando que "as pessoas têm liberdade de fazer as suas reclamações e queixas", mas sublinhando que o processo "foi competitivo, totalmente transparente".
"Eu não ouvi o sr. Efromovich. No Governo estamos completamente tranquilos relativamente ao cumprimento de todas as regras, nomeadamente essas [de natureza regulatória] por parte do consórcio vencedor.
No dia 24 de junho, foi assinado o contrato de compra e venda de 61% do capital da TAP entre membros do Governo e responsáveis do consórcio Gateway (de David Neeleman e Humberto Pedrosa), vencedor da privatização da companhia aérea.
Lusa/SOL