Sérgio Cordeiro, de 54 anos, é mestre-de-obras e tinha ido buscar material a uma empresa de Saint-Quentin-Fallavier porque trabalha numa obra em Villefontaine, a cerca de um quilómetro do local do ataque.
O português disse à Lusa, por telefone, que "parecia até uma coisa do outro mundo" mas não teve muito tempo para "pensar nada": "Não pude parar para ver o que era. Eu até pensava que era uma cabeça de boneca ou coisa assim. Só depois é que ouvi na rádio."
"Fui a uma empresa buscar material, ouvi um estourozinho, mas não foi enorme. Depois vim-me embora, meti-me no carro, vi os bombeiros e a polícia e tudo isso. Disse-me 'O que é que aconteceu para aqui?' Ainda não havia perímetro de segurança, continuei na estrada. Estava lá agarrada à rede a cabeça de uma pessoa, não sei se era homem ou mulher. Eu passei lá eram umas dez menos cinco. Foi uns cinco minutos entre o que aconteceu e quando eu passei lá", contou o português à Lusa por telefone.
O cidadão português que vive há 35 anos em França e que reside no departamento de Isère, mostrou-se "um bocado preocupado porque não se sente segurança em lado nenhum", mas afirmou que "uma pessoa tem de continuar a viver sem medo".
"A gente vê na televisão coisas que acontecem e que nunca acontecem connosco. Mas quando se vê muito próximo de nós, ficamos um bocado chocados, é verdade", continuou.
De acordo com o jornal Le Monde, uma viatura entrou esta manhã no perímetro de uma empresa e foi embater contra botijas de gás, tendo provocado uma explosão, tendo também sido encontrada uma cabeça coberta por uma bandeira islâmica com inscrições em árabe.
Lusa/SOL