Os anti-festivais de Verão

Como em tudo no mundo o que envolve pessoas, os festivais de Verão têm muita coisa parva, mas acho que todas somadas não são tão chatas como o pessoal anti-festivais. Normalmente, isto são pessoas que estão tão mal na vida (por azar ou por terem um feitiozinho de merda) que se irritam exageradamente com tudo.…

Na verdade, não consigo conceber porque é que ficam tão incomodados com algo que lhes pode passar completamente ao lado. A não ser, claro, que a organização do NOS Alive se tenha enganado e tenha montado o palco principal no quarto de um destes duendes que sofrem de azia permanente e estão revoltados com tudo no mundo. Aí sim, percebo que seja chato. Se os Muse estivessem aos pulos na minha cama sem me deixar dormir, também me irritava. Não sendo isto, parece que qualquer argumento é bom para ficar mais um bocado indignado com este fenómeno que, vá-se lá perceber como, mexe milhares e milhares de pessoas. Ou porque é só putos, ou só velhos, ou porque todas as bandas são más, porque já não é como antigamente, ou porque não gosto de música étnica, porque é caro, ou porque não me deixam entrar de Crocs, ou porque a minha namorada me proibiu de ir e agora estou todo ressabiado. Que paciência. Prefiro comer todo o pó do Super Bock, enquanto fico 5 horas numa fila para uma casa de banho cheia de australianos bêbados no Alive e sou violado por 10 pitas que só sabem dizer “Tipo, selfie… tá?” no Sudoeste, do que ler mais um comentário destes irritadinhos.

Claro que a minha opinião também é facciosa por ser um grande adepto de tais eventos, mas não sendo estes algo de prejudicial à sociedade, não percebo a aversão. Se têm toda a legitimidade para não gostar? Claro que sim. Não é preciso é irem para a rua (redes sociais) gritar isso o tempo todo. Fiquem antes a ler um livro. De preferência, um sobre feng shui para ver se se acalmam.

O mais estúpido é que me fizeram ficar irritado com a vossa irritação.

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