Primeiro-ministro romeno acusado de fraude, evasão fiscal e branqueamento de capitais

O primeiro-ministro da Roménia, o social-democrata Victor Ponta, foi hoje formalmente acusado de fraude, evasão fiscal e branqueamento de capitais, divulgou a procuradoria anticorrupção do país (DNA).

Os procuradores referiram que a investigação remonta à época em que o primeiro-ministro era advogado. Segundo ainda os procuradores, foram bloqueados uma parte dos bens de Ponta para, se for o caso, ressarcir o Estado pelos danos sofridos.

Ponta, de 42 anos, esteve esta manhã na sede do DNA para ser ouvido pelos procuradores.

Segundo fontes judiciárias, o primeiro-ministro recusou responder as questões dos procuradores, afirmando que espera as conclusões de um especialista em contabilidade financeira, exigido pela justiça.

O primeiro-ministro foi acusado de "17 infrações de fraude, cumplicidade de evasão fiscal e de branqueamento de capitais" por fatos que remontam entre 2007 e 2011.

Os procuradores acusam-no de receber o equivalente a 55 mil euros de Dan Sova, este também advogado, com o qual assinaria um contrato de colaboração.

Para justificar esta soma, recebeu várias tranches mensais, tendo em 2011 emitido 17 faturas falsas atestando que havia trabalhado para o gabinete de advogados de Sova.

Victor Ponta foi investigado também por conflito de interesses no exercício das suas funções de primeiro-ministro por ter nomeado Dan Sova como ministro duas vezes, em 2012 e 2014.

Entretanto, o DNA não conseguiu lançar um processo neste aspeto, isso porque o parlamento, dominado pela coligação de esquerda de Ponta, recusou-se levantar a imunidade do primeiro-ministro.

No domingo, Victor Ponta já havia renunciado à liderança do seu partido (PSD).

Lusa/SOL