Vem isto agora a propósito de ver o descaro com que esta Justiça acarinha as denuncias anónimas, e as trata como seu grande manancial de actuação. Ocorreu-me arrepiado o assunto, por causa de uma denúncia anónima sobre abusos sexuais de um padre, na diocese de Coimbra.
Considero horríveis e inqualificáveis todos os abusos sexuais, e mais ainda numa Igreja a que pertenço, e que gostava de ver mais moralizada. Penso que neste aspecto os papados de Bento XVI e Francisco representaram um grande avanço relativamente às situações anteriores, em que a prioridade era silenciar o assunto, e não combatê-lo. Mas daí às denúncias anónimas vai todo um mundo de imoralidades. Pessoalmente, se recebesse uma denúncia anónima, atirava-a enojado para o lixo, em sequer a ler. E penso que quem não gosta da Igreja, ao ter este aspecto alterado para melhor, deve detestar os 2 últimos papas, e ter saudades dos tempos em que podia acusá-la de nada fazer contra os abusos sexuais. Talvez por isso, aproveite todas as oportunidades para berrar: mesmo agarrando-se a uma denúncia anónima, como se fosse uma prova, como faz a nossa Justiça.
Francamente, não sei o que me parece pior: se as denúncias anónimas ou os abusos sexuais. Quanto a mim, é tudo horrível, e tudo isso deveria ser combatido. Pela Igreja, e por uma Justiça que gostaríamos de ver implementada.