Aline lembrou que um deles, Luaty Beirão, o MC conhecido como Ikonoclasta, já actuou naquele palco com os Batida, e agora está atrás das grades. “Angola precisa de uma democracia a sério”, declarou, para depois ler o nome de cada um dos detidos e gritar “Liberdade, já!”.
Aline Frazão já havia participado num vídeo com esse nome, e que junta várias personalidades das artes e das letras angolanas e portuguesas a pedir a libertação dos activistas políticos.
Quinta-feira foi um dia com um cunho mais politizado – e não falamos da visita do secretário-geral do PS, António Costa, a Sines. Do Mali veio um grupo de quatro músicos que se encontraram em Bamako, fugidos do fundamentalismo islamista que se tinha instalado no Norte do país. No encalço de Ali Farka Touré, formaram os Songhoy Blues, e deram um show a um tempo electrizante e com uma mensagem de alerta para o totalitarismo que ameaça aquela região africana.
Do Chile veio Ana Tijoux e o seu hip hop de fusão com música andina e jazz, tendo as suas letras uma forte carga política – ou não fosse filha de pais exilados do regime de Pinochet.
Mais festivos, seguiram-se dois grupos formados por africanos e europeus: Ibibio Sound Machine (Nigéria e Inglaterra) e Vaudou Game (Togo e França), cujo objectivo de pôr as massas a dançar foi alcançado.
O programa de sexta-feira é extenso: em mais de 12 horas, o FMM apresenta propostas que vão do Porto (Capicua) e Lisboa (Bruno Pernadas) a Mumbai (Niladri Kumar), passando por São Petersburgo (Iva Nova) entre outras paragens europeias.