A Procuradoria-Geral da República esclarece que, na sequência do interrogatório de segunda-feira, o Ministério Público apresentou um requerimento para que o ex-presidente do BES fosse presente ao Tribunal Central de Instrução Criminal, tendo em vista a aplicação de uma medida de coação diversa do termo de identidade e residência.
As investigações que decorrem no Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) no âmbito do denominado "Universo Espírito Santo" já levaram à constituição de seis arguidos, decorrendo cinco inquéritos autónomos e 73 apensos.
Segundo a mesma nota, enviada à agência Lusa, "foram constituídos seis arguidos no âmbito destas investigações, nas quais está em causa a suspeita da prática de crimes de falsificação, falsificação informática, burla qualificada, abuso de confiança, fraude fiscal, corrupção no setor privado e branqueamento de capitais".
Estão em curso no DCIAP, no âmbito do "Universo Espírito Santo", "cinco inquéritos autónomos e 73 inquéritos, que se encontram apensos a um daqueles. Estes inquéritos apensos respeitam a queixas apresentadas por pessoas que se consideram lesadas pela atividade desenvolvida pelo BES e pelo GES".
As investigações referidas estão a cargo de cinco magistrados do Ministério Público do DCIAP, tendo sido ainda constituída uma equipa multidisciplinar de seis magistrados de outras jurisdições, "que intervém apenas em questões específicas relacionadas, designadamente, com o arresto de bens/recuperação de ativos, questões cíveis e de insolvência", explica a nota da PGR.
O Ministério Público é coadjuvado nestas investigações por elementos da Polícia Judiciária e da Autoridade Tributária e Aduaneira, e mantém estreita colaboração com as entidades reguladoras, como o Banco de Portugal e a CMVM.
O ex-presidente do Banco Espírito Santo (BES), Ricardo Salgado, está a ser ouvido no Tribunal Central de Instrução Criminal, em Lisboa, relativamente ao processo do banco que liderou.
A informação tinha sido avançada pela revista Sábado, que acrescenta que Ricardo Salgado está a ser ouvido desde as 09h30, na qualidade de arguido.
De acordo com a informação disponível desde as 15:48 na edição 'online' da revista Sábado, o ex-presidente executivo do Banco Espírito Santo fez-se acompanhar por dois advogados, entre os quais Francisco Proença de Carvalho.
Lusa/SOL