Espião israelita condenado a prisão perpétua nos EUA vai ser libertado

O espião israelita Jonathan Pollard, condenado a prisão perpétua, será libertado nos Estados Unidos em novembro, depois de três décadas na prisão, informaram hoje fontes israelitas.

As fontes oficiais, citadas pelo serviço de notícias Ynet, que não as identifica, asseguraram que Pollard sairá da prisão este ano e negaram que a sua libertação, amplamente solicitada por Israel, suponha "uma compensação" norte-americana pelo pacto nuclear com o Irão, ao qual o governo israelita se opõe.

De acordo com as mesmas fontes, a libertação foi decidida há três semanas no âmbito de um procedimento judicial habitual de revisão da pena e sem que os governos israelita ou norte-americano se envolvessem de algum modo.

O deputado Nachman Shai, da União Sionista e presidente da comissão parlamentar para a libertação de Pollard, afirmou que o espião "não é uma carta política e relaciona-lo com o acordo com o Irão ou a libertação de presos árabes é ridículo, vergonhoso e humilhante".

A ex-mulher de Pollard negou sábado ter recebido a confirmação oficial da sua libertação.

Na sexta-feira, uma fonte do Departamento de Justiça norte-americano confirmou à agência noticiosa EFE que, "em novembro de 2015, Pollard poderá optar pela liberdade condicional antecipada", que supõe a libertação de um detido antes do fim da pena, sob certas condições.

Pollard, judeu norte-americano de 60 anos, que obteve a nacionalidade israelita quando estava já na prisão, foi detido em 1985 quando trabalhava como analista civil para a Marinha norte-americana, acusado de entregar documentos secretos aos serviços secretos israelitas, pelo que foi condenado a prisão perpétua em 1987.

Inicialmente, Israel negou que pagou a Pollard pelas informações, mas, cerca de uma década depois, reconheceu que ele foi seu espião.

A sentença de Pollard estipula que pode ser libertado 30 anos depois da detenção, desde que não seja impedido pela Comissão de Liberdade Condicional.

O governo israelita reclama desde há anos um indulto a Pollard.

Lusa/SOL