Numa declaração ao SOL, o PCP é claro: “o acordo imposto à Grécia pela União Europeia, através de um processo de chantagem e de ingerência que não deixou de tirar partido de contradições, hesitações e cedências do governo grego, representa uma continuação do endividamento do país (…), da submissão da Grécia”.
Para os comunistas, o que a situação da Grécia demonstra “é que o fim da dita austeridade exige não uma postura de submissão perante as imposições e chantagens da União Europeia, mas sim a resistência e a luta pela ruptura com políticas assentes nas desigualdades e no retrocesso social e político”.
Ângelo Alves, membro do Comité Central e responsável pelas Relações Internacionais do PCP, deixou duras críticas a Tsipras, depois do primeiro-ministro desafiar os deputados da sua bancada que votaram contra o acordo com os credores – entre eles Yanis Varoufakis, ex-ministro das Finanças – a apresentarem uma alternativa. “Quem tiver uma solução alternativa que avance e diga qual é”, atirou Tsipras, num encontro com os seus deputados.
No Facebook, o dirigente comunista reagiu assim à notícia: “Tenho pena (…) de ver um homem que estimulou a esperança de um povo e que chegou a afirmar que a mudança na Europa começava com a sua própria eleição, proferir esta frase que mais não é do que enunciar a teoria da inevitabilidade e do caminho único. Está enganado. Há outros caminhos”.
A reacção comunista à vitória do Syriza, reconheça-se, nunca conheceu picos de entusiasmo. Logo a 25 de Janeiro, João Ferreira, eurodeputado, limitou-se a reconhecer que o triunfo eleitoral do Syriza expressava a “rejeição clara da política imposta pelos sucessivos programas de ajustamentos acordados com a troika”. E logo deixou o alerta, quando questionado sobre o impacto desta vitória da esquerda radical em Portugal: “São países diferentes, com culturas, experiências e percursos históricos diferentes”.