"Os gestos de proteção dos portugueses [sobretudo os mais desfavorecidos] nestes últimos quatro anos vieram, em primeiro lugar, da Constituição, de decisões do Tribunal Constitucional", disse Sampaio da Nóvoa num encontro com jornalistas em Câmara de Lobos, zona oeste da ilha, no decurso da visita de apresentação da sua candidatura na região autónoma.
O candidato afirmou que os anos de crise provaram que a Constituição da República Portuguesa "tem potencialidades" e que o problema do país é essencialmente político, prometendo, por outro lado, uma maior aproximação aos portugueses no caso de ser eleito presidente da República.
Sampaio da Nóvoa disse que vai colher os ensinamentos das presidências abertas e também admitiu a possibilidade de deslocar temporariamente da Presidência da República para outras regiões do país, de modo a realçar a "ideia de coesão territorial".
O candidato afirmou que será um "presidente territorial", garantindo ao mesmo tempo uma aposta na coesão social, de modo a fazer frente às desigualdades, ao desemprego, ao desperdício de jovens, a desertificação e ao despovoamento.
António Sampaio da Nóvoa vincou que é um candidato extra partidário, mas que também aceita o apoio dos partidos, considerando, por outro lado, que "todas as candidaturas são bem-vindas", desde que venham com a "mesma limpidez" que ele próprio garante imprimir ao processo.
"É importante que o façam com frontalidade e com coragem, isto é, que sejam candidaturas para ser levadas a sério, com determinação, e não apenas jogos ou espetáculos", declarou, realçando que "já começa a ser tarde" para um candidato se apresentar às eleições presidenciais.
Numa resposta à posição do presidente Cavaco Silva sobre a importância duma maioria absoluta nas próximas eleições legislativas, Sampaio da Nóvoa considerou fundamental haver estabilidade na vida pública portuguesa, mas destacou a necessidade de se respeitar os resultados eleitorais.
"Seria extremamente errado, e eu nunca o farei, como candidato a presidente da República, limitar de algum modo, ou condicionar as opções democráticas que os portugueses tomarão em sede de legislativas. A única coisa que digo é que como presidente da República eu saberei interpretar e respeitar os resultados das eleições", afirmou.
António Sampaio da Nóvoa disse, por outro lado, que a revisão constitucional de 2004 encontrou na figura do representante da República para as regiões autónomas um "equilíbrio sensato e moderado", pelo que não irá intervir no seu estatuto no caso de ser eleito presidente.
"Parece-me que a situação atual configura uma situação equilibrada, sem prejuízo de evoluções futuras que possam vir a revelar-se necessárias", declarou.
Sampaio da Nóvoa, cuja visita dois dias à região autónoma passou também pelo Porto Santo, regressa esta quarta-feira à noite a Lisboa.
Lusa/SOL