Ministro-chefe da Casa Civil (o equivalente brasileiro a primeiro-ministro) de 2003 a 2005, Dirceu é alvo de prisão preventiva no âmbito do processo Lava Jato.
Na operação desta segunda-feira foram também detidos o irmão de Dirceu, Luiz Eduardo de Oliveira e Silva, e Roberto Marques, o ex-assessor. Os três suspeitos vão ser transportados para uma prisão federal em Curitiba, no sul do Brasil.
A investigação Lava Jato, liderada pelo juiz Sérgio Moro, tem como alvo um suposto esquema de corrupção em torno da petrolífera estatal Petrobrás. Grandes empresas privadas como a construtora Odebrecht, que tem neste momento o seu presidente detido no âmbito do mesmo caso, são suspeitas de subornarem altos quadros da petrolífera e dirigentes políticos para conseguir avultadas empreitadas.
De acordo com a imprensa brasileira, Dirceu é suspeito de receber pagamentos da construtora Camargo Corrêa através da sua antiga empresa de consultoria, que faria parte de um esquema de lavagem de dinheiro. As verbas estariam relacionadas com os contratos de construção da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, uma obra cujo custo para a Petrobrás quintuplicou face ao valor orçamentado.
Dirceu já tinha sido detido em 2013 no âmbito do Mensalão, outro escândalo de corrupção política. Condenado, o antigo governante cumpria actualmente uma pena de prisão domiciliária.
O governante foi denunciado por Milton Pascowitch, que assinou um acordo de "delação premiada" com a justiça brasileira.