Agora reparo que uma mãe no Algarve, aparentemente drogada, fugira com um filho do hospital em que o acabara de o ter, para evitar que lho tirassem – como efectivamente vieram a fazê-lo, mal a tiveram à mão (o que comprova a razão dela). A Polícia não foi capaz de a prender. A própria voltou pelo seu pé, com a criança bem tratada, porque percebeu precisar de tratamento hospitalar (parece que os filhos de drogados nascem já com síndrome de abstinência grave). E lá temos um juiz armado em mauzão, a limitar os contactos da mãe com o filho, provavelmente na antecâmara de outras condenações.
Pessoalmente, parecer-me-ia pior e mais desnaturada uma mãe que aceitasse pacificamente ver um filho acabado de nascer ser-lhe retirado. E admiro mais esta, que tentou lutar por ele, contra a iníqua (in)Justiça portuguesa. Isto não significa que não desejasse uma Justiça melhor, para fazer frente a casos em que os recém-nascidos precisam também de defesas relativamente aos pais. Mas, por cá, já desesperei de esperar isso.