2.Jeremy Corbyn. Nas décadas que leva como deputado do Labour Party, nunca encontrou uma causa radical cuja bandeira não tivesse empunhado. Por vezes esteve do lado certo da história, como quando se opôs a Tony Blair na guerra no Iraque. Outras vezes, esteve do lado errado (ainda que romântico), como quando defendeu o desarmamento unilateral do Reino Unido durante a Guerra Fria. É coerente, tendo-se divorciado por conta de disputas com a ex-mulher sobre a inscrição de um filho numa escola privada. É um socialista radical da velha guarda: amigo dos sindicatos, favorável a nacionalizações, defensor de mais despesa pública e opositor feroz da austeridade. Assim como que um misto de Alegre e Louçã.
Como as eleições para líder são abertas (bastando pagar três libras para poder votar), corre o risco de ser eleito, mesmo contra o establishment trabalhista (com Blair à cabeça), votado por ‘entristas’ de extrema-esquerda – reeditando uma velha e banida prática trotskista -, mas também por ‘entristas’ de direita – desejosos por devolver o Labour à condição de crónico perdedor nas eleições gerais. Se estes tiverem razão, como as sondagens sugerem, perde a democracia inglesa que bem necessita de uma oposição forte, clara mas credível.