As Trapalhadas do PS: António Costa já é contestado no PS

1. 1.      Inadmissível. Inacreditável. Impossível de acreditar – não há palavras para adjectivar o que tem sido a pré-campanha eleitoral do Partido Socialista. Relembro que há onze anos, precisamente no Verão, começou a vulgarizar-se na opinião publicada em Portugal o termo “trapalhadas”. Era “trapalhadas” para aqui; era “trapalhadas” para ali. Referiam-se, então, às sucessões de casos…

2. O leitor, sobretudo mais jovem e atento à vida política portuguesa, perguntará com toda a certeza: “trapalhadas? A comunicação social portuguesa é capaz de utilizar uma palavra tão forte contra um Governo? Neste país do “respeitinho”, foi-se tão longe?”. É verdade, caro leitor: foi-se. Porquê? Em larga medida, porque o Primeiro-Ministro chamava-se Pedro Santana Lopes e o Governo era um Governo de centro-direita. Quando o político em causa se chama António Costa e o partido é o PS, tudo se passa de modo diferente.

3. Quer um exemplo vivo e concreto do favorecimento que o PS merece entre nós? Quer um exemplo actual da posição de privilégio que António Costa merece entre nós? Pense na confusão que foi o episódio da troca de cartazes do PS. Eram cartazes tão bons, tão bons, tão bons…que até os mais radicais costistas/socráticos criticaram! Mas, afinal, não era António Costa o génio da comunicação política? Afinal não era António Costa o salvador da pátria socialista? Afinal, não era António Costa o génio da política? Para génio e salvador da pátria, já cometeu muitos erros. Muitas trapalhadas!

4. Primeiro, quem é que no seu mais perfeito juízo concordaria colocar uns cartazes na rua, num mês decisivo, em que surge uma linda menina a puxar um sol, afastando o “reino das trevas”? Achará António Costa – com o seu ego ilimitado – que bastará convencer os portugueses de que é o novo profeta para ganhar eleições? Do ponto de vista político, os cartazes são um erro colossal. E confirmaram que o PS não tem nenhuma mensagem política!

5. Este tipo de cartazes só é utilizado por líderes políticos que não se querem comprometer com nada, nem ninguém. Que concordam, no essencial, com o Governo em funções – só que não o podem dizer. Por isso, têm de vender o seu projecto político como vendem batatas, tomates ou serviços de astrologia, seguindo as pisadas do Professor Karamba! Por muito que gostemos de António Costa, não queremos o Professor Karamba como Primeiro-Ministro de Portugal, pois não?

6. Outro pormenor interessante dos cartazes prende-se com os caracteres utilizados para escrever António Costa. Se repararmos bem, o “o” em “Costa” aparece com uma bola amarela! Porquê? Será um limão? Será um “minion”? Será um donut amarelado, para remeter para o imaginário da série “ The Simpsons”? António Costa quer ser um “Simpson”? Fica a interrogação.

7. Mais grave: António Costa mandou Ascenso Simões (um director de camapnha desastrado!) retirar os cartazes, após a polémica que causaram nas redes sociais. Todavia, o responsável pela campanha e o homem da mente brilhante de tão geniais cartazes vão continuar a liderar o processo da planificação da campanha socialista! Ou seja: António Costa, depois de ter concordado,  repreende-os pelo erro dos cartazes  – mas mantém os responsáveis por este erro colossal em funções! O que prova que António Costa não tem capacidade de liderança! Só trapalhadas na campanha socialista! Não por acaso muitos socialistas já concordam com os nossos textos críticos de Costa: são mesmo muitos e sonantes. Já se percebe que Costa não vai longe.

8. António Costa prefere manter as sensibilidades do PS satisfeitas, prefere proteger os seus amigos políticos – do que tomar as decisões políticas corajosas que se impõem. Queremos um Primeiro-Ministro assim? Com um perfil de defesa em toda a linha dos seus amigos, em prejuízo das opções políticas sensatas? Enfim: Costa não é um líder. Ponto Final. António Costa não pode ser Primeiro-Ministro de Portugal. Ponto final.

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