“Foi determinado um défice de financiamento das responsabilidades do plano de administradores na quota-parte do BES de 13,5 milhões de euros”.
A afirmação consta no balanço do ‘banco mau’, divulgado hoje em comunicado à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). Na prática, significa que faltam 13,5 milhões de euros ao BES para pagar as reformas à antiga equipa de Ricardo Salgado.
Tendo em conta a sua situação patrimonial negativa, o BES reconhece assim a dificuldade em fazer face a estas obrigações. A instituição que ficou com os activos tóxicos apresentou um prejuízo de 8,9 mil milhões de euros e um buraco nas contas de 2,4 mil milhões.
O Banco de Portugal definiu, já em Fevereiro deste ano, que o pagamento de reformas a ex-administradores é uma responsabilidade do BES e não do Novo Banco.
Esta decisão abrange todos os membros dos órgãos de administração que exerceram funções nos quatro anos anteriores à medida de resolução e tenham contribuído para as dificuldades financeiras do banco, através de actos de acção ou omissão.
Assim, o ‘banco mau’ tem o dever de efectuar contribuições para o fundo de pensões e de assumir os encargos com o pagamento das reformas ou complementos dos administradores.
O balanço revela que, em 28 de Maio deste ano, foram identificadas e separadas as responsabilidades de cada uma das instituições, BES e Novo Banco. Na quota-parte de financiamento do BES, estão em falta 13,5 milhões de euros.
De acordo com uma notícia publicada pelo Correio da Manhã em Março, o BES precisa de 1,2 milhões de euros só para a reforma ao antigo presidente executivo, Ricardo Salgado.