"Os ataques contra jornalistas no exercício de sua profissão ameaçam a liberdade de expressão e a democracia", afirmou Maria Laura Canineu, diretora do departamento brasileiro da Human Rights Watch.
Para a responsável, "é fundamental que as autoridades garantam a responsabilização criminal pelo homicídio de [Gleydson] Carvalho e dos outros jornalistas mortos, assegurando que jornalistas possam fazer o seu trabalho sem temerem pelas suas vidas".
Na quinta-feira, este locutor de rádio brasileiro, que era conhecido por denunciar a corrupção em Camocim, um pequeno município do estado de Ceará (nordeste), foi morto a tiro por desconhecidos durante a emissão do programa, informaram fontes oficiais.
O crime perpetrado nos estúdios da Rádio Liberdade FM, em Camocim, gerou comoção junto da população, porque o assassínio de Gleydson Carvalho aconteceu durante uma emissão em direto.
Segundo fontes oficiais, citadas pela imprensa local, os suspeitos, que se fizeram passar por possíveis anunciantes para entrar na emissora, irromperam no estúdio onde Carvalho trabalhava, dispararam três vezes e fugiram.
Ainda com vida, o jornalista foi transferido para o hospital local, mas devido à gravidade dos ferimentos acabou por morrer durante a viagem.
No passado mês de maio, depois do assassínio de dois jornalistas em menos de uma semana, a Associação Nacional de Diários denunciou o "clima de impunidade" que há para o assassínio de profissionais da comunicação social no Brasil e que contribuem para que se "repitam violações à liberdade de expressão".
Lusa/SOL