2.E o outro lado do canal? O Ministro das Finanças do Reino Unido, George Osborne, numa entrevista ao Telegraph, articulou o eurocepticismo moderado do liberalismo Tory: quer que o Grã-Bretanha regresse a um relação tipo mercado único com a União Europeia. Nas palavras do provável sucessor de Cameron: «Sempre achei que a atracção primeira da participação na UE era a económica», a de uma grande área de comércio livre. Não esclareceu, todavia, se esta relação de mercado único que ambiciona inclui serviços e, acima de tudo, pessoas.
3.De Corbyn a Trump. Emergem como géiseres num cenário lunar: Corbyn, Farage, Sturgeon, Iglesias, Tsipras, Le Pen ou Trump. Não são a ‘anti-política’. Pelo contrário, são uma manifestação da vida política a procurar os caminhos possíveis por ente as brechas do edifício tecnocrático, consensual e maçador em que se tornou a governação nas democracias ocidentais. Claro que todos habitam um mundo de faz-de-conta em que slogans são soluções, o dinheiro cai do céu e o Estado pode resolver todos problemas. Claro, como Grécia mostra, que seria uma tragédia se alguma vez alcançassem o poder. Mas são uma interpelação a que o centro político, táctico e oportunista, que renega ideologias e foge de compromissos de futuro como o diabo da cruz, deve responder.