António Brandão, um dos representantes desta organização de defesa dos animais, com sede em Vila Real, disse à agência Lusa que, na quinta-feira, receberam um pedido de ajuda para um cão que se encontrava a ganir dentro de um contentor do lixo, na localidade de Bustelo.
“Fomos de imediato para o local e deparamo-nos com um cão dentro de um saco. Rasgámos o saco e encontrámo-lo muito ferido, desidratado, sem se conseguir levantar, mas mesmo assim começou logo a abanar a cauda. É muito meigo”, salientou.
O animal está em tratamento no Hospital Veterinário de Trás-os-Montes.
A Plataforma Proanimal divulgou na sexta-feira, na sua página no Facebook, um vídeo sobre o resgate do cão a quem chamou “Sam” e, desde aí, que tem crescido uma onda e de indignação mas redes sociais em torno deste caso, mas também de solidariedade, com donativos em dinheiro ou até mesmo em alimentação.
António Brandão disse que, quem quiser ajudar, pode fazer donativos diretamente nos hospitais veterinários, com que a organização tem protocolos, e assim abater a dívida do tratamento dos animais.
“Os donativos monetários são a única forma que nós temos de podermos recolher o próximo Sam e não atingirmos uma dívida insustentável aos hospitais”, salientou.
E, depois dos tratamentos, o responsável salientou que o “Sam” precisa de quem o adote.
António Brandão disse ainda que, durante o verão, crescem os casos de abandono de animais nesta região e, ao mesmo tempo, são menos as famílias de acolhimento disponíveis para ajudar.
“Há muitos casos de abandono. Nós não temos capacidade para acolher todos os casos de abandono que nos reportam e recolhemos os casos que estão graves”, frisou.
Referiu ainda que casos de animais recém-nascidos deixados no lixo são comuns, mas não de adultos.
Em vigor está já a lei que criminaliza os maus-tratos contra animais e que prevê que "quem, sem motivo legítimo, infligir dor, sofrimento ou quaisquer outros maus tratos físicos a um animal de companhia é punido com pena de prisão”.
António Brandão referiu que a Plataforma vai formalizar, na próxima semana, uma denúncia na Guarda Nacional Republicana, porque mesmo sabendo que poderá ser difícil encontrar o proprietário espera que, pelo menos, possa servir de alerta para estas situações.
O “Sam” possui chip, só que não está registado, e aparentemente ninguém terá visto quando foi deixado no caixote do lixo.
Lusa / SOL