"Eu penso que este desentendimento tem origem porque o Jesus foi para o Sporting porque, provavelmente, se fosse para outro clube que não o Sporting ou o FC Porto já não havia qualquer tipo de desentendimento", frisou José Pereira à agência Lusa.
Na segunda-feira, o diretor de comunicação do Benfica, João Gabriel, revelou com os 'encarnados' vão exigir os 7,5 milhões de euros que estavam previstos no contrato com Jorge Jesus em caso de rescisão unilateral, tendo, também, confirmado o não pagamento do último salário ao técnico, alegando que "trabalhou para outra entidade".
"O Benfica não pode julgar em causa própria, não pode deixar de cumprir com os seus compromissos. O compromisso que tem é que falta pagar um mês ao Jorge Jesus e posteriormente vai reclamar daquilo que entende como comportamento incorreto. Só depois do julgamento é que terá direito ou não a indemnização", explicou José Pereira.
Para o presidente da ANTF, a existência de contactos entre treinadores e clubes antes do final dos vínculos não 'belisca' o profissionalismo dos envolvidos, sejam técnicos ou dirigentes.
"O treinador tem um contrato até 30 de junho e naturalmente antes disso vai falando, vai conversando, tem os seus agentes e vai preparando a sequência lógica da sua atividade. Não é só depois de 30 de junho que vai aceitar conversar com este ou aquele clube, tal como os clubes também conversam com treinadores… os clubes que acusam outros clubes e treinadores. É uma situação perfeitamente normal. Não tem a ver com o profissionalismo das pessoas", sublinhou.
José Pereira diz desconhecer qualquer atitude de Jorge Jesus que possa "pôr em causa o seu profissionalismo e dedicação ao serviço do anterior clube", acrescentando ainda não se recordar de algum litígio semelhante.
"Não tenho conhecimento dos argumentos esgrimidos pelo Benfica mas, como disse, é estranho e não me recordo, desde que presido a esta associação, que tenha acontecido a qualquer outro treinador em Portugal", frisou, realçando ainda que a ANTF não registou nenhuma reclamação de falta de ética de nenhum dos treinadores que poderiam ser afetados nesta 'dança', casos de Marco Silva ou Rui Vitória.
Após seis anos no comando técnico do Benfica, Jorge Jesus, cujo contrato terminava no final da época 2014/15, rumou ao Sporting, clube com o qual assinou um vínculo válido para as próximas três temporadas.
O presidente dos 'leões', Bruno de Carvalho, anunciou a contratação do treinador tricampeão nacional a 05 de junho último, tendo o técnico sido apresentado a 01 de julho.
Lusa/SOL