No Aleixo, a PSP só entra em “cenário de guerrilha urbana”, com a Unidade Especial de Polícia, até porque em tempos não muito remotos era recebida à pedrada e com objectos atirados do alto das torres. Só quando a Polícia entra em força no bairro é que a legalidade é resposta e o Estado se impõe.
Rui Moreira interpelado por traficante
Quem ali ousa entrar sente-se logo intimidado, porque é vigiado permanentemente. Que o diga o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, que recentemente ali se deslocou e foi de imediato interpelado por um traficante que quis saber o que andava o autarca a fazer no bairro. Rui Moreira, ao passar por um dos bairros camarários, teve curiosidade de ver o ambiente e apercebeu-se que afinal aquele era um espaço ‘interdito’ aos portuenses.
A autarquia continua “muito atenta” ao narcotráfico nos bairros sociais, estando em fase avançada o despejo de moradores que as autoridades apanharam em flagrante delito a usar as casas camarárias para o tráfico. Ao todo, foi apreendida mais de meia centena de quilos de droga desde o ano passado, a maior parte dentro das casas de rendas simbólicas.
A investigação criminal de proximidade tem sido a principal estratégia da PSP. O comando do Porto tem à sua responsabilidade 160 bairros sociais, 105 dos quais considerados zonas urbanas sensíveis, no Porto e cidades limítrofes. Além do Aleixo e do Cerco, considerados os piores, a PSP tem sob mira outros bairros, como Lagarteiro Contumil, Machado Vaz, Igreja de Paranhos, São Tomé, Bom Pastor, Regado, Lapa, Pasteleira Nova, Pinheiro Torres, Fonte da Moura, Aldoar, Campinas, Mouteira, Ramalde, Ramalde do Meio, Viso e Francos.