"Os autores deverão responder pelas suas ações", afirmou em comunicado a diretora-geral da Unesco. Irina Bokova, citado pela agência noticiosa France Presse (AFP), em que se apela à comunidade internacional "para que continue unida contra esta purificação cultural".
Foi confirmado no domingo que os extremistas do EI, que controlam Palmira (conhecida localmente como Tadmur) desde maio, detonaram explosivos colocados no templo de Baal Shamin, construído no ano 17 d.C. e classificado como património mundial da humanidade.
Segundo a UNESCO, a sua "cella" (parte central do templo) foi seriamente danificada e as colunas que a rodeavam desabaram.
Na semana passada, foi igualmente divulgado que o EI decapitou um dos maiores especialistas dos tesouros arqueológicos da cidade histórica.
Khaled al-Assad, de 82 anos, era o antigo responsável pelas antiguidades e pelos museus de Palmira e ajudou a preservar os tesouros arqueológicos da cidade, também conhecida como a "pérola do deserto", durante meio século.
Para Irina Bokova, "o Daesh [acrónimo árabe depreciativo para o EI] mata as pessoas e destrói o património, mas não pode silenciar a História e não conseguirá apagar esta grande cultura da memória do mundo".
"Apesar dos obstáculos e do fanatismo", acrescenta, "a criatividade humana vai prevalecer, os edifícios e o património serão restaurados e alguns deles serão reconstruídos".
O EI considera o património religioso pré-islâmico, especialmente as estátuas, como expressões de idolatria, terminantemente proibida pela teologia islâmica que o grupo reclama seguir.
Segundo a ONU, mais de 300 locais históricos na Síria foram danificados, destruídos ou pilhados ao longo do conflito que dura há mais de quatro anos.
Lusa/SOL