Presidente da Guatemala nega participação em rede corrupta

O Presidente da Guatemala, Otto Pérez Molina, negou, este domingo, a sua participação numa rede de corrupção e garantiu que vai dar “a cara” diante da Justiça e assumir a sua a responsabilidade, mas que não pretende demitir-se.

"Darei a cara e demonstrarei (…) que não fiz parte, e muito menos, recetor desses fundos obtidos ilicitamente em prejuízo do povo da Guatemala", afirmou Otto Pérez Molina, numa mensagem difundida através dos canais estatais.

O Presidente da Guatemala foi acusado, na sexta-feira, de corrupção pela justiça, no mesmo dia em que a antiga vice-presidente do país Roxana Baldetti foi detida pelo alegado envolvimento num escândalo de desvios de fundos, segundo a Procuradoria-Geral.

Otto Perez Molina foi acusado pela Procuradoria-Geral da República de envolvimento num escândalo financeiro, no seguimento de investigações e nas vésperas de eleições presidenciais, marcadas para o próximo dia 06 de setembro.

Terceiro ministro a demitir-se em dois dias

O ministro da Saúde da Guatemala, Luis Monterroso, apresentou, este domingo, a sua renúncia ao cargo, figurando como o terceiro ministro do Governo de Otto Pérez Molina a demitir-se em apenas dois dias.

O Ministério da Saúde confirmou, através da sua conta na rede social Twitter, que o titular da pasta apresentou a sua renúncia ao chefe de Estado guatemalteco durante uma reunião na Casa Presidencial.

A secretária de Comunicação Social, Karla Herrera, informou que Pérez Molina mantém um encontro "de caráter privado" com a equipa do Governo desde as 17:00 (00:00 em Lisboa).

Numa mensagem difundida nas redes sociais, Luis Monterroso afirma que a sua intenção é "contribuir para a legitimidade das instituições e da política" e que, considerando "o estado atual das coisas", o seu dever é "deixar o cargo, ouvindo as vozes dos cidadãos e compreender os novos tempos".

Monterroso é o terceiro ministro a renunciar em menos de dois dias, depois de, no sábado, Cynthia del Águila e Sergio de la Torre se terem demitido, respetivamente, do Ministério da Educação e do da Economia.

Ambos, os únicos que estavam em funções desde que Otto Pérez Molina chegou ao poder, afirmaram sentir-se "atraiçoados e dececionados".

Sob o lema "a Guatemala não se cansa", cerca de uma centena de pessoas juntaram-se na tarde de domingo junto à Casa Presidencial para exigir a renúncia do Presidente, munidos de panelas, tambores e apitos.

Lusa/SOL