Em Janeiro, a MINT adquiriu quatro imóveis onde funcionam unidades hoteleiras da rede – Tivoli Lisboa, Marina Vilamoura, Marina Portimão e Carvoeiro –, bem como o ecoresort na Praia do Forte e a exploração do Tivoli São Paulo Mofarrej, ambos no Brasil. Desembolsou 168 milhões de euros.
Agora, o grupo tailandês revela no relatório semestral que “a transacção para adquirir as restantes oito propriedades da Tivoli, juntamente com a marca e a plataforma da operação dos 12 hotéis em Portugal, deverá estar concluída antes do fim do ano, permitindo à MINT reajustar os benefícios totais do portefólio e da marca no futuro”.
Sobre a aquisição da Tivoli, actualmente a MINT “só reconhece o desempenho operacional das duas propriedades no Brasil e recebe uma renda pelos outros quatro activos em Portugal. Por isso, o impacto total nos resultados ainda não foi reflectido”, continua o documento.
Depois da aquisição das primeiras quatro unidades em Janeiro, a compra dos restantes activos complicou-se. Em meados de Maio, e no âmbito de um Processo Especial de Revitalização em curso, Alexandre Solleiro – que saiu da Tivoli em Julho – apresentou aos credores da empresa um plano de recuperação. E indicava que a Minor propunha pagar 82,5 milhões de euros para assumir os oito hotéis restantes, além de ficar com o passivo e liquidar os créditos e responsabilidades existentes. Recebida em Abril, esta era a única proposta. E permitiria salvar a Tivoli, detida pela Rioforte, da falência.
Contudo, a posterior apreensão de bens do universo Espírito Santo decretada pelo Ministério Público, que incluiu cinco hotéis Tivoli (Jardim, Sintra, Coimbra, Victoria e Lagos), veio atrasar o processo. E levou a empresa hoteleira a apresentar um requerimento ao tribunal visando levantar o arresto de forma a possibilitar a alienação aos tailandeses, tal como o SOL noticiou em Junho.
Nessa altura, fonte oficial afiançava que a Minor estava “a par de toda a situação” e que mantinha o interesse na rede hoteleira portuguesa. Mesmo apesar de uma das condições da proposta ser que o negócio fosse concretizado “com rapidez”.
Esta semana, o SOL questionou a Tivoli sobre se já havia alguma decisão judicial, mas a empresa apenas afirmou “não ter nada a comunicar”. Também não foi possível obter mais detalhes junto do administrador de insolvência, Amadeu Magalhães.
Conforme assegurou Alexandre Solleiro quando saiu da empresa, existe um acordo assinado com a MINT que garante a concretização do plano de recuperação aprovado pelos credores da Tivoli (já após o arresto de bens).
“Os actuais administradores executivos dos hotéis Tivoli terão como grande prioridade a integração com o Minor Hotel Group [uma subsidirária da MINT], prevista após a homologação dos planos de recuperação e respectivo trânsito em julgado”, explicitava a empresa num comunicado de Junho.
Em 2014, a Tivoli teve prejuízos de 13 milhões de euros. Este ano, segundo a empresa, a actividade tem evoluído “de forma satisfatória”. Até Junho, a receita total cresceu 9% face ao mesmo período de 2015 “prevendo-se um ano globalmente muito positivo”.