A acção intitulada ‘100% Prevenção’, promovida por quatro estruturas sindicais da PSP, foi “bem-recebida” pelos agentes, sublinha Paulo Rodrigues, líder do maior sindicato (ASPP/PSP). “Houve um grande envolvimento, sobretudo do pessoal que está afecto às divisões de trânsito. Os colegas incentivaram-se uns aos outros e passaram a mensagem”, diz o dirigente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia.
O objectivo é que, até ao final de Setembro, os polícias adoptem uma atitude mais pedagógica em vez de repressiva quanto às infracções de trânsito, em protesto pela não aprovação do Estatuto profissional até ao fim de Julho, após dois meses de negociação com a ministra da Administração Interna. O calendário dos protestos vai manter-se caso a tutela não aprove o documento, nomeadamente esta quinta-feira, dia do próximo Conselho de Ministros.
A decisão de retomar a contestação foi tomada na semana passada, após a reunião do Conselho de Ministros de 13 de Agosto, que mais uma vez deixou de fora o assunto. O horário de trabalho de 36 horas semanais, a aposentação aos 60 anos sem qualquer penalização (na taxa de sustentabilidade), a pré-aposentação aos 55 anos de idade e 36 de serviço e a progressão na carreira assente em critérios como a antiguidade (75%), o comportamento (15%) e a avaliação (10%) são as principais alterações acordadas e estabelecidas num memorando de entendimento assinado por quatro estruturas sindicais.
Previstas estão também acções de protesto, já a partir da próxima segunda-feira, em vários pontos do país durante a campanha eleitoral, incluindo uma grande manifestação, que pode realizar-se em conjunto com militares da GNR, igualmente revoltados com a não aprovação do documento e que já anunciaram voltar à contestação caso o Estatuto não seja aprovado esta quinta-feira.
Confrontada com este cenário, a ministra Anabela Rodrigues garantiu recentemente que os diplomas estão a ser ultimados e serão aprovados até ao fim do mês.