Na terça-feira, Jorge Ramos, o mais popular jornalista hispânico dos Estados Unidos, foi expulso de uma conferência de imprensa quando insistia em questionar as propostas de Trump para expulsar 11 milhões de imigrantes indocumentados e construir um muro ao longo da fronteira com o México.
“Não é a tua vez. Volta para a Univision”, respondeu Trump, referindo-se ao canal de televisão de Ramos, estação que neste momento é mesmo líder de audiências nos EUA. O candidato justificou o boicote com o facto do repórter não ter respeitado a ordem na colocação das perguntas, 'atropelando' os colegas.
“Sou um jornalista. Não me toque. Tenho o direito de colocar esta pergunta”, disse Ramos no momento em que um segurança o agarrava e expulsava da sala. O jornalista norte-americano de 57 anos, nascido no México e considerado pela revista Time como uma das personalidades mais influentes do mundo, regressou mais tarde à sala.
Ramos no momento em que é expulso por um segurança de Trump (Associated Press)
Na segunda-feira, Ramos tinha mais uma vez revelado a sua oposição a Trump, acusando-o numa entrevista à CNN de promover um discurso de racismo e xenofobia.
Se é conhecido o conflito do multimilionário Trump com a comunidade hispânica, que é cada vez mais numerosa e influente, não é menos importante a polémica que insiste em protagonizar com Megyn Kelly, jornalista da Fox News.
Semanas depois de ter sugerido de forma pouco elegante que Kelly, moderadora do primeiro debate entre os candidatos às primárias republicanas, fora agressiva com ele por estar com menstruação, Trump voltou a atacar a jornalista.
Trump e Kelly (Associated Press)
“Deve ter tido umas péssimas férias porque não acerta uma”, disse sobre o regresso de Kelly à Fox News após uma breve interrupção. No mesmo dia, Trump partilhou no Twitter um comentário de um apoiante que apelidava Kelly de “bimba”.
Em reacção, o presidente da Fox News, Roger Ailes, condenou o ataque de Trump, considerando-o “inaceitável e perturbador”.
Apesar das recorrentes polémicas entre Trump e jornalistas e adversários políticos, o magnata do imobiliário e estrela da reality TV mantém-se à frente das sondagens para as primárias republicanas. No entanto, e entre os 16 candidatos já declarados, é o que menos apoio colhe entre o eleitorado latino.