Prejuízos do grupo TAP sobem mais de 70% até Junho

O Grupo TAP teve prejuízos de 142,9 milhões de euros até Junho deste ano, segundo as contas semestrais da Parpública, divulgadas esta tarde.

Este valor representa um agravamento de 71,3% no resultado líquido, que, em Junho de 2014 já estava ‘no vermelho’, situando-se nos 83,4 milhões de euros negativos.

“Este agravamento dos prejuízos está naturalmente relacionado com o impacto das greves (anunciadas e efectivas) e às inerentes perturbações na prestação dos serviços ao nível do transporte aéreo, embora também a atividade de manutenção desenvolvida no Brasil tenha contribuído para esse agravamento”, justifica o relatório semestral da holding estatal.

Nos primeiros seis meses deste ano, o EBITDA do grupo aéreo, que está em processo de privatização, caiu de -1,5 milhões de euros para -68,8 milhões de euros. A Parpública explica esta quebra também com “os acontecimentos laborais que assolaram a empresa e condicionaram a sua trajectória de crescimento”, conduzindo “a uma quebra de vendas e ao aumentos dos custos”.

Em Maio, a TAP passou por uma greve de dez dias decretada pelo sindicato dos pilotos. E já tinha sido afectada pela marcação de uma paralisação no final de 2014, que viria a ser desconvocada.

Sobre o desempenho do grupo até Junho, a Parpública assinala ainda a necessidade de reforço das provisões em 113,8 milhões de euros, face ao agravar da descapitalização do grupo liderado por Fernando Pinto. Destina-se “essencialmente para fazer face à evolução dos capitais próprios do Grupo TAP que, no semestre, passaram de -511,8 milhões de euros para -631 milhões de euros”, lê-se no documento.

A 24 de Junho, a Parpública assinou o contrato de compra e venda de 61% do capital do grupo com o consórcio Atlantic Gateway, formado pelos empresários Humberto Pedrosa e David Neeleman. O negócio aguarda ainda a luz verde da Autoridade Nacional da Aviação Civil e da Autoridade da Concorrência de vários países.

Sobre a operação, o relatório da holding que detém 100% do grupo TAP, representando o Estado português adianta que se encontram “em curso por parte da entidade adquirente as diligências necessárias tendo em vista o cumprimento dos requisitos prévios ao fecho da transacção, que se prevê ocorrer no final do presente ano”.

ana.serafim@sol.pt