Partindo da média, relativamente estável, destes valores das sondagens, o SOL fez a distribuição provável dos deputados que serão eleitos em cada um dos 22 círculos eleitorais (18 distritos + 2 regiões autónomas + 2 círculos da Europa e Fora da Europa).
{relacionados}
A projecção desta estimativa aponta para um PS a eleger mais 25 deputados (teve 74 eleitos em 2011), somando 99 no total. Os seus principais ganhos (como se pode ver no Mapa e Quadro ao lado) verificam-se em Lisboa (+4), Setúbal (+3), Faro (+3), Porto (+2) e em quase todos os distritos do litoral, mais urbanos e populosos. Os socialistas só não crescerão nos círculos do Alentejo (Beja e Évora), Interior Centro (Portalegre e C. Branco), Trás-os-Montes (Bragança e Vila Real) e Açores.
Em contrapartida, a coligação Portugal à Frente, de PSD e CDS, poderá deixar fugir 32 deputados (dos 132 que elegeu em 2011). Com as principais perdas a ocorrerem em Lisboa (-7), Porto (-4), Setúbal (-3), Coimbra (-3) e Braga (-3) – ou seja, nos maiores centros urbanos. psd e cds somam, nesse cenário, um total de 100 deputados, mais um do que o PS apesar de terem menor percentagem de votantes (37% contra 39%).
Dois problemas inéditos
Esta situação de empate levanta, pelo menos, dois problemas difíceis de ultrapassar. Em primeiro lugar, cria um quadro constitucionalmente inédito, em que o partido mais votado não é a força que tem mais deputados. Deve o Presidente chamar a formar Governo o líder da coligação, Passos Coelho, ou do PS, António Costa? Há opiniões e pareceres a favor de ambas as hipóteses.
Em segundo lugar, em qualquer dos casos, o Governo, seja do PS ou do PSD/CDS, fica longe dos 116 deputados necessários para a maioria absoluta. E só os eventuais 22 eleitos pelo PCP poderiam ajudar a formar essa maioria através de uma aliança – o que é uma impossibilidade política.
Este cenário – de empate e de impasse – só poderá ser ultrapassado se os resultados eleitorais de um dos blocos – PSD/CDS ou PS – superar bastante as actuais expectativas das sondagens. E consolidar a sua votação sobretudo em Lisboa, Porto, Braga e Setúbal – que elegem só por si 123 deputados, mais de 50% do total.