Hungria vai dissuadir candidatos a refugiados com campanha nos países de origem

O governo da Hungria anunciou hoje que vai lançar uma “campanha de informação” nos países de origem e trânsito dos refugiados para explicar o endurecimento das leis contra a entrada ilegal no país e o tráfico de pessoas.

O objetivo da campanha é avisar que a Hungria "vai sancionar com toda a severidade legal todos os imigrantes que entrem no país de forma ilegal", assinala o governo do primeiro-ministro conservador nacionalista, Viktor Orbán, em comunicado.

A agência de publicidade J. Walter Thompson, com sede em Nova Iorque, vai fazer a campanha, que se vai centrar em cartazes na via pública dos países de origem dos refugiados, pormenorizou o Executivo magiar.

A maioria dos refugiados que estão a passar pela Hungria nas últimas semanas procede da Síria, Afeganistão e Iraque, enquanto os principais países de trânsito para chegar à Hungria são a Sérvia, a Macedónia e a Grécia.

Acrescem a preparação de folhetos de informação e uma página na internet especial para informar os potenciais refugiados.

O governo húngaro recorda que a Alemanha e a Áustria realizaram campanhas similares no Kosovo, com os dirigentes húngaros a esperarem que a sua tenha o mesmo efeito e reduza a chegada de migrantes.

O governo húngaro anunciou na semana passada vários projetos de lei para penalizar com até três anos de prisão a entrada ilegal no país, a criação de zonas de trânsito fechadas na fronteira e a mobilização do exército para proteger as fronteiras.

Estes projetos vão ser discutidos nos próximos dias no parlamento e a sua aprovação é esperada para o início da próxima semana, graças à cómoda maioria absoluta que o partido governamental Fidesz tem.

As autoridades húngaras já intercetaram este ano mais de 150 mil refugiados provenientes de países com conflito que na sua grande maioria querem seguir para os países mais ricos da Europa.

Lusa/SOL