SOMBRA
Catarina Martins
Foi mais enérgica e convicta do que um mortiço e cinzento Jerónimo de Sousa no primeiro debate televisivo. Mas, no momento em que as sondagens dão o BE em rarefação de votantes e o PCP a subir para os 10%, não se percebe a colagem que fez ao seu oponente. O que o BE precisa, desesperadamente, para não se apagar de vez eleitoralmente, é de marcar as diferenças com o PCP. Se são tão iguais, para quê votar no pequeno BE?…
Santana Lopes
Com a frontalidade e o desassombro que lhe são habituais, resolveu clarificar os dados e sair de cena da corrida presidencial. Convencido do avanço de Marcelo, desiludido com os números das sondagens, não querendo pôr em risco o cargo de provedor da Misericórdia, antecipou o anúncio da sua desistência. Decidiu pela sua cabeça, quando quis e como quis. Mas não conseguiu esconder a mágoa que lhe provocou tão difícil decisão.
Maria José Costeira
É verdade que Paulo Rangel, na forma, pode ter sido pouco feliz nas suas afirmações. Mas, na essência – ao sublinhar que o ambiente democrático e na Justiça é hoje mais respirável do que no tempo de Sócrates – foi absolutamente certeiro. Custa, por isso, a perceber a indignação politicamente correta das associações sindicais dos magistrados. Já se estão a precaver para uma eventual mudança de ciclo político? Quando dizem que o sistema judicial não se deixa condicionar já se esqueceram do que fizeram Noronha Nascimento e Pinto Monteiro no processo Face Oculta? A memória é assim tão curta?