Vistos gold. Interrogatório a Miguel Macedo interrompido e sem data de reinício

O interrogatório judicial ao ex-ministro Miguel Macedo, no âmbito do inquérito à atribuição de Vistos Gold, foi interrompido e vai ser retomado em data a designar, anunciou a Procuradoria-Geral da República (PGR). 

O ex-ministro da Administração Interna começou a ser ouvido hoje, na qualidade de arguido, estando "indiciado por factos suscetíveis de integrarem os crimes de prevaricação e de tráfico de influência", conforme nota da PGR.

Miguel Macedo saiu às 21h03 das instalações do Ministério Público na rua Vale do Pereiro, em Lisboa.

O inquérito está a ser conduzido pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal.

Em 02 de julho, a PGR esclareceu que o ex-ministro da Administração Interna seria constituído arguido, quando fosse ouvido no âmbito do processo dos vistos 'gold'.

O esclarecimento do gabinete de imprensa da PGR foi dado no mesmo dia em que a Comissão Parlamentar para a Ética, a Cidadania e a Comunicação decidiu levantar a imunidade ao deputado social-democrata Miguel Macedo, ex-ministro da Administração Interna, para que seja ouvido como arguido no caso dos vistos dourados ('gold').

A Operação Labirinto, que envolveu buscas e 11 detenções, a 18 de novembro de 2014, está relacionada com a aquisição de vistos 'gold' e investiga indícios de corrupção ativa e passiva, recebimento indevido de vantagem, prevaricação, peculato de uso, abuso de poder e tráfico de influência.

O caso envolve o antigo diretor do Instituto dos Registos e Notariado António Figueiredo, a ex-secretária-geral do Ministério da Justiça Maria Antónia Anes, o ex-diretor do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) Jarmela Palos, Jaime Gomes, sócio-gerente da empresa JMF Projects and Business, os funcionários do IRN Paulo Eliseu, Paulo Vieira, José Manuel Gonçalves e Abílio Silva, entre outros.

Lusa/SOL