‘Vistos Gold’: Acabou interrogatório a Macedo

Miguel Macedo abandonou as instalações anexas ao Departamento Central de Investigação e Ação Penal perto das 16h sem prestar qualquer esclarecimento. Depois de ter sido ouvido seis horas na terça-feira, o ex-governante esteve durante o dia de hoje a ser questionado pela procuradora Susana Figueiredo, responsável pela Operação Labirinto.

Macedo foi constituído arguido por três crimes de prevaricação de titular de cargo político e de um crime de tráfico de influências – quase um ano depois do início da investigação – e está agora com Termo de Identidade e Residência.

Em comunicado, a Procuradoria-Geral da República (PGR) confirma que “o Ministério Público concluiu o interrogatório”, confirmando: “O arguido, que ficou sujeito à medida de coação de termo de identidade e residência, está indiciado por factos suscetíveis de integrarem os crimes de prevaricação e de tráfico de influência.”

À saída da diligência, o advogado de Miguel Macedo, Castanheira Neves, revelou que o seu cliente tinha esclarecido todas as questões colocadas pela procuradora Susana Figueiredo.

A continuação da diligência durante o dia de hoje já tinha sido comunicada pela PGR ao início da tarde: “Confirma-se a continuação, hoje, do interrogatório iniciado no passado dia 8 de setembro.”

Neste inquérito – que levou à demissão do ex-ministro – investigam-se ilegalidades na atribuição dos também chamados ‘vistos dourados’, ou seja, autorizações especiais de residência para estrangeiros que façam grandes investimentos no país.

O ex-governante foi apanhado em diversas escutas, de que foram alvo os restantes arguidos, durante a investigação do Ministério Público. A sua imunidade parlamentar foi levantada há poucos meses.

O “Correio da Manhã” avançou esta semana que o deputado cessante do PSD deverá ser acusado até novembro, uma vez que a investigação estará já a chegar ao fim.

carlos.santos@sol.pt