A Comissão Europeia estipulou no momento da aprovação da resolução do BES que o Novo Banco tem de ser vendido no prazo de 24 meses a contar da data de resolução. Quando a venda fosse concretizada, o BES – que ficou com os ativos problemáticos – entraria em insolvência e perderia a licença bancária.
Hoje, com o anuncio oficial do Banco de Portugal a suspender primeiro procedimento de venda do Novo Banco, o ‘banco mau’ evita a insolvência no imediato.
Assim, a instituição liderada por Luís Máximo dos Santos prossegue a sua missão de recuperação de ativos de modo a compensar quem tem dinheiro investido no BES, como os antigos acionistas e obrigacionistas.
“Muito embora continue a ser um banco, uma vez que a licença bancária de que é titular não foi revogada pelo Banco de Portugal, o âmbito da sua atividade está profundamente restringido em virtude das aludidas proibições, que atingem aspetos nucleares da atividade bancária”, recorda o conselho de administração no site da instituição.
O ‘banco mau’, que manteve o nome de BES, tem um buraco nas contas de 2,4 mil milhões de euros. O último balanço do BES, conhecido mais de um ano após a cisão da instituição, revela que na esfera ‘banco mau’ ficaram activos tóxicos avaliados em apenas 193,4 milhões de euros, um património insuficiente para indemnizar os acionistas e os credores pelas perdas registadas.
O passivo da antiga instituição de Ricardo Salgado é composto por elevadas responsabilidades, como provisões para fazer face a perdas futuras no valor superior a mil milhões de euros. Os depósitos de antigos accionistas e ex-administradores também estão no balanço do BES.
As primeiras contas do ‘banco mau’ revelaram prejuízos superiores a 8,9 mil milhões de euros. Os resultados relativos ao final do exercício de 2014 e ao primeiro semestre deste ano ainda não foram divulgados.
Recorde-se que a negociação das ações do BES encontra-se suspensa.