"É uma grave crise para a UE que deve geri-la com seriedade e com um plano claro", declarou o ministro dos Negócios Estrangeiros sérvio, Ivica Dacic, à imprensa em Praga.
"A ideia de enviar para a Sérvia todos os migrantes, enquanto outros não cessam de chegar da Grécia e da Macedónia, é inaceitável porque nos tornaremos em seguida um centro das chegadas", disse Dacic, no final de um encontro com o seu homólogo checo, Lubomir Zaoralek.
"Adoraríamos fazer parte da solução do problema, mas não em nosso prejuízo", insistiu, antes de sublinhar que a Sérvia "não consegue gerir isto".
Membro da UE e do espaço Schengen, a Hungria, que construiu um controverso muro com arame farpado ao longo de 175 quilómetros da sua fronteira com a Sérvia, encerrou hoje o principal ponto de entrada no seu país.
A Hungria é, tal como a Sérvia, um país de trânsito para aqueles que querem chegar à Alemanha, e adotou uma legislação restritiva para impedir claramente a entrada de novos candidatos a asilo no seu território.
"Vimos 140.000 migrantes atravessarem a Sérvia. Só 550 deles pediram asilo no nosso país, ao passo que todos os outros desejavam dirigir-se para a Europa Ocidental", constatou Dacic.
O chefe da diplomacia sérvio acrescentou que o seu país acolhe já centenas de milhares de refugiados da Croácia e do Kosovo, uma herança dos conflitos nos Balcãs.
Por sua vez, o ministro sérvio encarregado dos refugiados, Aleksandar Vulin, instou hoje a Hungria a reabrir a sua fronteira aos migrantes do Médio Oriente, encerrada na noite de hoje por Budapeste.
"Exorto a Hungria a abrir a sua fronteira aos migrantes. Pelo menos, às mulheres e às crianças", declarou à agência de notícias francesa AFP no posto fronteiriço de Horgos, onde uma centena de migrantes esperava.
Lusa/SOL