O Banco de Portugal interrompeu o procedimento de venda do Novo Banco e vai agora começar a preparar uma nova operação de alienação do banco, anunciou na terça-feira o regulador, em comunicado.
Ao intervir em Viseu, durante um jantar/comício, Catarina Martins lembrou que, há um ano, "quando houve a resolução do BES, o Governo garantiu várias vezes" que não iria custar nada aos contribuintes.
"Entretanto o discurso tem vindo a mudar porque está a custar e muito. Estão lá quatro mil milhões de euros que são dívida pública e hoje (terça-feira) ficámos a saber que oficialmente a venda está adiada", afirmou.
Segundo Catarina Martins, "sendo oficialmente adiada a venda do Novo Banco, oficialmente também estes quase quatro mil milhões de euros do dinheiro dos contribuintes passam a entrar para as contas do défice de 2014", que vai ser revisto e "muito provavelmente chegará aos 7%".
"Ou seja, depois de tudo o que aconteceu ao país, depois dos cortes de pensões, de salários, na saúde, na educação, na cultura, na ciência, nos apoios sociais a quem mais precisava, depois de um país a ser destruído durante quatro anos, o défice de 2014 vai ser igual ao défice de 2011", lamentou.
A porta-voz do BE criticou a ministra das Finanças por ter dito que "o défice com o Novo Banco é meramente contabilístico".
"Aparentemente, quando chega à banca é meramente contabilístico e não há problema nenhum, mas quando é para cortar salários ou pensões, o défice não pode ficar acima nem sequer uma décima porque aí é custe o que custar para cumprir a meta", sublinhou.
Em comunicado, o regulador explicou que "o Conselho de Administração do Banco de Portugal optou por interromper o processo de venda da participação do Fundo de Resolução no Novo Banco, iniciado em 2014, e concluir o procedimento em curso sem aceitar qualquer das três propostas vinculativas".
Lusa/SOL